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Como pago Vágner Love?", questiona presidente do Corinthians

Folha de S.Paulo

A situação financeira do Corinthians dificulta a contratação de grandes reforços para substituir os titulares negociados. É o que diz o presidente do clube, Andres Sanchez.

Sua tese foi corroborada pelo técnico Mano Menezes, que entendeu a necessidade de o Corinthians pagar dívidas, após o título na Copa do Brasil.

Para Andres, "sonhos até viram realidade algumas vezes", mas é melhor o torcedor de seu clube não contar com grandes reforços para substituir André Santos, Cristian e Douglas.

Chefe da delegação brasileira em Tallinn, ele aceitou falar sobre o clube, após negativas segunda-feira. E refutou a possibilidade de o Corinthians contratar jogadores caros e famosos, como o atacante Vágner Love e o meia argentino Riquelme.

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"Cada dia escuto que o Corinthians vai contratar um. Mas como é que eu vou pagar o salário que o Vágner Love, por exemplo, ganha?", disse o cartola. "Se eu contratá-lo, as manchetes serão que sou o melhor presidente do mundo. Depois, se o salário atrasar três dias, serei chamado de incompetente."

Andres também defendeu os negócios que abalaram a base do time de Mano. "Não havia como segurá-los. Eles foram para ganhar muito mais, e vendi dois jogadores que não eram jovens e um [Douglas] que era vaiado pela torcida todo jogo."

Questionado, Mano disse que sabia que o clube "tinha compromissos para honrar" ao falar do desmanche.

"Há compromissos, não só de fora, inclusive com profissionais que estão aqui no momento. Vocês [imprensa] mesmo abordaram isso sobre prêmios e salários. É preciso entender o momento do clube", disse ele. Era referência a atrasos de direito de imagem e premiações.

Ao rever Nilmar na seleção, Andres o usou como exemplo para mostrar as dívidas do clube. Disse que o atacante, hoje no Villarreal, é o segundo que mais recebe do clube (R$ 175 mil) --atrás de Ronaldo. O débito total corintiano ultrapassava R$ 100 milhões até junho.

O presidente e o técnico rechaçam que seus prestígios com a torcida tenham sido abalados pelas negociações e o jejum sem vencer no Nacional.

Para Mano, estão dando uma "forçada" para acabar com a paciência da torcida. Já Andres disse que, quando deixar a presidência em 2012, vai ficar "no meio da Gaviões e da Pavilhão 9 [organizadas corintianas]".

Para melhorar a situação financeira, o presidente aposta no aumento das cotas de TV e em manter a política de ingressos com preços altos. Hoje, o valor médio é R$ 43, bem acima da média do Nacional.

Já Mano tenta refazer o time corintiano e espera por reforços, ainda que sem renome, ainda neste ano. Seu discurso de que não é possível ganhar o Brasileiro no momento não contraria o pensamento da interno da diretoria, disse ele, que prefere ser sincero com a torcida. "Temos um time de meio de tabela."
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