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História de bebê vítima de espancamento e internado há meses em UTI mobiliza doações

Da Redação - André Garcia Santana

Afastado da família após sofrer maus tratos, o pequeno Davi, de apenas sete meses de idade, está internado desde janeiro na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal do Pronto Socorro de Várzea Grande (PSMVG). Com poucas chances de andar ou falar um dia, ele não recebe mais visitas e tem sensibilizado os que conhecem sua história, que se mobilizam para reunir doações que possam ajudar o menino, que não tem nada.

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De acordo com a unidade, a criança deu entrada no dia 8 de janeiro, encaminhada via Central de Regulação. Chegou entubada da Policíclica do Planalto, em Cuiabá e a equipe médica constatou um hematona frontal na cabeça, sendo que nos exames realizados posteriormente foi detectada uma sequela neurológica grave. O diagnóstico prevê que por conta disso Davni não deve andar e nem falar, dependendo de Home Care para o resto da vida depois que vier a receber alta da UTI.

Atualmente, o paciente faz traqueostomia e depende 100% da ventilação mecânica, ou seja, só respira por aparelhos. Ele ainda precisa passar por uma cirurgia de gastrostomia para a fixação de uma sonda alimentar, procedimento que consiste na abertura de orifício artificial na altura do estômago.

A médica pediatra intensivista Mônica El Husny explica que somente após o procedimento cirúrgico é que será solicitado o pedido de home care para o paciente que segue internado na UTI Neonatal do Pronto-Socorro de Várzea Grande, mas sob tutela do Estado, uma vez que a Justiça retirou a guarda familiar e proibiu o contato de familiares com o bebê.

Na época da internação, exames mais detalhados também constatam uma fratura o fêmur e marcas e hematomas em um dos braços. O Conselho Tutelar foi acionado e passou a investigar o caso, inclusive ouvindo a mãe da criança. Para a equipe médica a mãe nunca admitiu ter praticado qualquer tipo de agressão ao filho e nem relatou ou apontou qualquer outra pessoa. Ficou constatado que o bebê foi vítima de maus-tratos.

Na decisão judicial que retirou a guarda da mãe consta que o motivo foi negligência. A notificação sobre a destituição do poder familiar sobre o bebê chegou ao PSMC no dia 6 de março. No começo da internação a mãe visitava o filho com frequência, mas depois que passou a ser investigada pelo Conselho Tutelar e pela Polícia, reduziu as idas. Após se notificada da perda da guarda, não voltou mais ao Pronto-Socorro. A avó materna também visitava o bebê e deixou de vir após a ordem judicial.

Amiga de uma das funcionárias da unidade, Juliana Ciritelli deu início a uma campanha para arrecadar itens para Davi. Por meio de uma mensagem divulgada em grupos de Whatsapp, ela pede ajuda com fraldas, materiais de higiene, que podem ser entregues em mãos.  “Ele não tem nada, nem roupas nem fraldas, sapatos... Doações de leite materno serão bem vindos. Gente o que puder ajudar eu já agradeço agora. E que Deus te dê em dobro. Qualquer coisa me chame vou te maior prazer em lhe dar atenção 992446175/ 992646050.  Desde já agradeço muito.”, diz a mensagem.

Ao Olhar Direto, ela explicou que está mobilizada junto a um grupo de amigas em função do caso. “Nós não estamos pedindo dinheiro, porque temos medo de acharem que é pra nós. Ma ainda assim, se as pessoas quiserem, podemos comprar e entregar o comprovante dos materiais.”
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