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Com falta de reagentes para teste de alcoolemia, Deletran pode arquivar casos envolvendo mortes

Da Redação - Wesley Santiago

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) está sem reagentes para a utilização do equipamento ‘Trace CG Ultra-Fid’, utilizado para realizar os exames de alcoolemia, em Mato Grosso. A situação perdura desde julho do ano passado e complica o trabalho da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), principalmente nos casos em que há a morte dos motoristas.

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Conforme a assessoria de imprensa da Politec, “os exames definitivos de alcoolemia estão suspensos no Laboratório Forense devido a falta de reagentes gasosos, entre eles o ar sintético, hélio, hidrogênio e nitrogênio”. O setor de comunicação ainda adianta que “a licitação para a compra dos insumos foi fracassada pelo não comparecimento de empresas interessadas. O pregão aconteceu na quarta-feira (12), e não há previsão de quando será remarcado”.
 
Em entrevista ao Olhar Direto, o delegado titular da Deletran, Christian Cabral, explica que “o equipamento serve para detectar a concentração de álcool no sangue, usado principalmente quando o condutor vai a óbito. A última informação que eu tive, é que desde julho do ano passado estava com problema, fora de operação. Isso traz um prejuízo para a Justiça”.
 
“Quando o condutor de um veículo morre, este é o exame que utilizamos para saber se ele ingeriu bebida alcoólica. Ele também serve como contraprova do bafômetro, todo exame apresenta certo grau de falha. Se você utilizar um enxaguante bucal, ele pode acusar. É importante ter todos os meios de prova em funcionamento, para que a condenação seja feita quando estiver na Justiça”, completa o delegado.
 
O delegado ainda continua dizendo que “se não existe um agente no local, quando acontece o acidente, o único exame possível para determinar se a pessoa ingeriu a bebida alcoólica é este e não podemos fazer, porque a máquina está sem. Infelizmente, a falta de provas pode levar ao arquivamento dos casos”.
 
O problema é ainda maior. Isso porque o sangue coletado do condutor permanece armazenado para a realização do exame por apenas 14 dias, pois pode ocorrer a proliferação bacteriana, o que permite alterar as concentrações de etanol no sangue, desta forma os resultados do exame de alcoolemia perdem a fidedignidade, quando realizado após tal período.

Colaborou Rogério Florentino Pereira
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