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Manifestantes que aderiram a greve geral fecham ruas no centro de Cuiabá; PM estima 3 mil pessoas fotos

Da Reportagem Local - Lázaro Thor Borges/Da Redação - Wesley Santiago

Os manifestantes que aderiram a greve geral, que acontece em várias cidades do país, fecharam as ruas do centro de Cuiabá, na tarde desta sexta-feira (28). Munidos de cartazes, faixas e até narizes de palhaço, os trabalhadores iniciaram a caminhada na Praça Ipiranga e seguem em direção à avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha).

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Conforme as informações do coronel Bastos, da Polícia Militar, são aproximadamente três mil pessoas participando do ato. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (Sisma), Oscarlino Alves, estimou que são cerca de 10 mil pessoas presentes no protesto.



Ao todo, são 110 homens da corporação trabalhando para dar segurança na caminhada dos grevistas. Eles subiriam a prainha e depois iriam para a avenida Getúlio Vargas para depois retornar para a Praça Ipiranga, segundo o informado pelos organizadores. Porém, o percurso foi alterado no meio do caminho. Por conta da mudança, foi necessário remanejar os PMs que acompanham os manifestantes.

São mais de 50 sindicatos participando do ato, que acontece no Centro da capital mato-grossense. “O número de pessoas é bastante expressivo, mesmo sem os ônibus funcionarem. Isto mostra a nossa força. Conseguimos trazer muita gente para participar deste ato, que é de unidade. È algo a nível nacional, amplo, democrático e participativo. No último ano, tivemos pautas polêmicas como a questão da terceirização, isso causa prejuízo imenso aos trabalhadores. Isso sem falar na reforma trabalhista”, explica ao Olhar Direto a presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Nara Teixeira.


(Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto)
 
“Esta é a maior greve no Brasil. Aqui em Mato Grosso paramos a maioria das categorias públicas e privadas. Paramos 100% do transporte coletivo e o sistema financeiro de Cuiabá e Várzea Grande. Será o maior ato construído de maneira unitária no Estado. Não fizemos levantamento, mas o número de pessoas nos surpreendeu”, comemorou o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT), João Dourado.
 
Uma das trabalhadoras que estava na manifestação, Tania Maria Mantovani, que é educadora, desabafou sobre a atual situação e a questão das reformas do presidente Michel Temer (PMDB): “Vim aqui por revolta. É uma revolta misturada com pânico. Estes bandidos estão tirando os nossos direitos. Estou sendo mutilada e roubada por eles. Me surpreendi com o número de pessoas aqui”.

Comércio

O gerente da loja Novo Mundo, Emerson Amorim, contou ao Olhar Direto que a greve geral afetou bastante o movimento nesta sexta-feira:  “Afetou muito o comércio. A venda para nós foi horrível. De 8 horas até agora (16 horas), não vendemos praticamente nada. A empresa mandou buscar os nossos colaboradores e no fim do expediente irá levá-los de volta para as suas residências”.



Já o vendedor Márcio Rogério comentou que "o que está acontecendo no Brasil é muito claro. Estão mexendo nas leis e direitos que foram garantidos aos cidadãos. Não foi nada conquistado de um dia para o outro. Temos um presidente que não foi eleito e uma classe de deputados e senadores que estão praticamente todos sob suspeita, que tem problemas com a justiça. Não é momento de fazer algo que vai mudar a vida de pessoas para o resto da vida. A mudança está sendo feita por pessoas que não são confiáveis, não tem ética e muitos deveriam estar na cadeia. Sou muito a favor da mobilização".



Trânsito

A manifestação dos trabalhadores deixou o trânsito lento nas principais avenidas do Centro de Cuiabá. Porém, os motoristas parecem entender a causa reivindicada: "O certo era paralisar tudo. Uns param e outros não, mas não chegam a um consenso. Tinha que parar tudo. Estou esperando [no trânsito] contente, porque estão reivindicando o direito de nós trabalhadores”, disse o motorista José Maria Neve, que aguardava parado no semáforo com seu veículo.

"Eu apoio este movimento. Por tudo que eu tenho lido, está tudo errado o que o governo vem fazendo. Certamente eu me vejo prejudicado com estas reformas. Por isto eu sou muito favorável", disse o industriário Derli Devallau. Aline Vitória, de 18 anos, reclamou dos problemas causados pela paralisação dos ônibus: "Já estou aqui há mais de uma hora esperando. Não sei se era necessário isso".

Atualizada às 16h28, 16h34, 16h48 e 16h53.
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