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Mulher denuncia ex-marido por tentativa de enforcamento; acusado diz que tentava ajudá-la

Da Redação - André Garcia Santana

Alegando ser vítima de perseguição, ameaças e mais recentemente agressão, a secretária Gisele Aparecida de Pinho, 30, relata ter sido enfocada pelo ex-marido depois de chegar de uma festa de aniversário, no bairro Cohab Vila Real, em Cuiabá. O episódio foi registrado na madrugada de domingo (18), depois que o desempregado, Thiago de Jesus Silva, de 26 anos, teria invadido a edícula onde ela vive nos fundos da casa de sua mãe. Ele, por sua vez, nega qualquer tipo de agressão, alegando que a mãe de Gisele presenciou a situação e ainda a ajudou enquanto a mesma passava mal.

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A denunciante afirma que ao acordar e perceber a situação, passou a ser questionada sobre a festa, tendo o pescoço apertado por ele até passar mal e vomitar. Na ocasião, ele estaria alcoolizado, tendo se aproveitado de um defeito na janela para poder entrar no local. O homem, com quem Gisele tem uma filha de três anos, também teria presumido a ausência da filha, deixada por ela na casa de uma tia, para poder executar o plano. 

Na presença da mãe da ex-mulher, que notou a situação, ele e afirmou que entrou ali porque a vítima abriu o portão, e que estava a ajudando, porque ela estava passando mal. Segundo o rapaz, os dois estão sem contato. “Nós não temos contato e nem quero. Ela gosta de aparecer, quer mídia. Isso não aconteceu e a mãe dela está de prova. Eu estou até doente. Inclusive a mãe dela pediu pra que ela não fizesse isso." 

Indignada, Gisele contou ao Olhar Direto que, além registrar boletim de ocorrência, irá procurar a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher para entrar com um novo pedido de medida protetiva. “Não é a primeira nem a segunda vez que ele faz isso. Ele já quebrou a minha moto e já atirou contra minha casa. Ameaça eu já perdi as contas, porque é direto. Já estive na casa de amparo e tudo. Mas para a família e para a maioria das pessoas, a mulher está sempre errada.”

A mulher afirma que, após inúmeras idas e vindas, resolveu terminar o relacionamento há pouco mais de um mês. A decisão, motivada pelo excesso de ciúmes do homem, já havia sido acompanhada em outras ocasiões por denúncias à Polícia e ao Ministério Público. Ainda com marcas no pescoço, ela diz que está bem fisicamente, mas teme que o homem a agrida novamente.

“Ele é uma pessoa problemática, não pode beber. Meu medo é que faça alguma coisa contra mim ou contra meus amigos. Ele é tão possessivo, que queria me impedir de sair, não podia conversar com ninguém. Pra ele, ninguém prestava. Se eu ficasse só dentro de casa, seria o ideal. Mas ele não. Ele vive livre, sai com quem quiser, com mulherada”, contou Gisele. Uma postagem no Facebook também foi feito denunciando o ocorrido.

Thiago reforça que não tinha conhecimento do registro do boletim de ocorrência, e que desconhece a existência de outras denúncias feitas pela ex. As marcas da suposta agressão também são questionadas por Thiago. "Se ela apanhou, cadê as marcas então?"

A secretária, que faz questão de divulgar o acontecido, espera que o caso encoraje outras mulheres a denunciar seus agressores. “Eu tenho amigas que passam pela mesma situação que me perguntam se eu sou louca. Eu não sou louca, mas se eu morrer, pelo menos eu vou ter feito alguma coisa. E eu quero que ele veja, que saiba que sei dos meus direitos. Meu objetivo é criar uma ONG para poder ajudar outras mulheres que passam por isso.”
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