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Acusado por integrar rede de prostituição diz que era "procurado" por meninas e que tinha intuito de ajudá-las

Da Redação - André Garcia Santana

Após serem chamadas em suas redes sociais e supostamente aliciadas à prostituição pelo agente penitenciário Reinaldo Luiz Akerley Cavalcante, garotas, convidadas inicialmente para concursos de beleza, passavam a difundir seu contato para outras vítimas. Assim, depois do contato virtual feito com algumas delas, o suspeito começava a ser procurado voluntariamente por outras. O relato foi feito em depoimento prestado por ele  Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).

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Ao delegado responsável pelo caso, Daniel Valente, o suspeito contou ainda que tinha o intuito de ajudar as meninas, menores de idade e expostas a situações sociais de vulnerabilidade. No entanto, negou integrar a uma rede de prostituição, confirmando apenas a realização dos concursos, no qual as adolescentes eram fotografadas com roupas sensuais. Sob o pretexto da competição, o agente as levava para viagens a lugares como Rio de Janeiro e Chapada dos Guimarães, convencendo-as em seguida a fotografar nuas.

De acordo com a Polícia Civil, foi em uma destas circunstancias que Reinaldo foi flagrado com quatro meninas em seu carro, na Arena Pantanal, por policias da Delegacia de Roubos e Furtos (DERF). Elas usavam roupas "que não condiziam com suas idades" quando os profissioanis estranharam a situação e acionaram os investigadores da Dedica, que realizaram a prisão. Segundo as investigações Reinaldo chegava a pagar às vítimas valores entre R$ 50 a 100 reais, dependendo a quantidade de fotos.

Embora negue o envolvimento com prostituição e exploração, a Polícia segue investigando a existência do grupo e se sua atuação se estende também a outras cidades e estados do Brasil. Os policiais encontraram além de imagens em seu celular, conversas via aplicativos com adolescentes e também  negociando com "clientes" garotas para programas.  

Preso na manhã de sábado (24), o suspeito já prestou depoimento no ano de 2012 à CPI do Tráfico de Pessoas. Na época,  ele atuava como promotor de eventos e foi indiciado pela Polícia Civil e, denunciado pelo  Ministério Público Estadual (MPE) por exploração sexual contra adolescentes que posavam para seu site. As garotas, em trajes curtos, faziam vídeos e fotografias com alusão à Copa do Mundo em poses sensuais.Questionado pelo fato, na época, ele declarou que iria processar o deputado federal que o convocou para prestar esclarecimentos.

Durante cumprimento da prisão preventiva em bairro de periferia da cidade de  Várzea Grande, a Polícia Civil apreendeu camisetas com as escritas Garota Olímpica e Garota Colírio, uma referência a supostos concursos, que seriam estratégias usadas para atrair meninas de famílias humildes e moradoras de bairros carentes para ensaios fotográficos, destinados a carreira de modelo. A Polícia investiga  se ele está envolvido em uma rede de prostituição e exploração sexual de garotas menores de idade em Cuiabá e Várzea Grande.
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