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Presente em todos embates do 1º semestre, Botelho deve manter papel decisivo com reabertura dos trabalhos na AL

Da Redação - Jardel P. Arruda

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (PSB), volta aos holofotes da política nesta terça-feira (01), com o retorno das atividades legislativas. Ele terá a missão de intermediar a discussão e, provavelmente, influenciar na tramitação e votação de projetos importantes e polêmicas, como o Teto de Gastos, Reforma Tributária, Lei Orçamentária Anual e um novo financiamento para saúde pública estadual. Essas discussões tendem a levá-lo, sob risco,  por dois caminhos: aumento ou diminuição de seu prestígio político.

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Tendo sido o vice-presidente da Assembleia Legislativa com maior força política da história recente (em 2015/2016), Eduardo Botelho conseguiu ainda mais protagonismo nos primeiros seis meses – dos quatro semestres –  como presidente da Casa de Leis, entre 2017 e 2018. Nos bastidores, quase sempre tem seu nome especulado como possível candidato a prefeito de Cuiabá ou Várzea Grande, em 2020, mas não são poucos os grupos políticos que o sondam como possível pré-candidato a uma vaga ao Senado da República, em 2018.

A fama de articulador com resultados práticos surgiu com a proximidade da Casa Civil do Governo do Estado, agora com o secretário José Adolpho Vieira e antes com Paulo Taques, também com estilo conciliador. Graças a isso, Botelho conseguiu reabrir o diálogo entre o Governo Pedro Taques (PSDB) e Fórum Sindical dos servidores do Executivo Estadual, quando o confronto era considerado inevitável no embate da Revisão Geral Anual (RGA).

As duas partes estavam em pé de guerra desde 2016, quando não conseguiram chegar a um acordo sobre a RGA e o funcionalismo apoiou em massa um Emanuel Pinheiro (PMDB), opositor do Governo do Estado, nas eleições em Cuiabá, peça chave na derrota de Wilson Santos (PSDB).  

Em um café da manhã na própria casa, Botelho colocou representantes do Governo do Estado e dos servidores público frente a frente e desfez o mal-estar. Com isso, os próprios representantes apoiaram a proposta para parcelamento da RGA, depois da equipe econômica do Governo abrir dados estaduais e mostrar a dificuldade financeira da máquina pública.

O presidente da AL também ajuda o Governo do Estado a conduzir as conversas para o Teto de Gasto com os Poderes – congelamento orçamentário. Recebeu representantes da equipe econômica estadual no seu gabinete, bem como os chefes de todos os outros Poderes e instituições envolvidas, para ajudar a aparar arestas e reduzir a fadiga que o tema impõe. A Proposta de Emenda Constitucional ainda não está pronta, mas parte dos acordos feitos até agora passam pela habilidade de negociação de Botelho.

Antes desses dois casos, partiu também de Eduardo Botelho as negociações para a Assembleia Legislativa devolver ao Governo do Estado o texto da reforma tributária e aguardar um substitutivo integral, com a revogação do decreto 380/2015. O presidente do Poder Legislativo  contribuiu decisivamente para convencer a equipe econômica a ampliar o debate com o setor empresarial.

Assediado

Essa atuação já chamou a atenção de outras siglas, que aproveitam o momento de crise dentro do PSB de MT para cortejar Eduardo Botelho. Ele já recebeu convite oficial do DEM. Lá, Júlio Campos já confidenciou o interesse em torná-lo sucessor da prefeita Lucimar Sacre Campos (DEM), em 2020.  O presidente da AL, no entanto, já transferiu o titulo de eleitor para Cuiabá e pensa em comandar a maior cidade do Estado.

O PTB, antiga casa de Eduardo Botelho, também já estendeu convites, e outras siglas já fizeram sondagens. O destino do presidente da AL, no entanto, só deve ser definido em 2018, na janela para trocas de partido e após a situação no PSB estar resolvida.
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