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​Sindicato rebate acusação de advogado e afirma que investigador agiu dentro dos preceitos legais

Da Redação - Vinicius Mendes

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc), Cleidson Gonçalves da Silva se manifestou em favor do investigador acusado de agredir o advogado Luciano Rodrigues Dantas, na tarde da última sexta-feira (27), na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA). Dantas entrou na delegacia para ver seu cliente, mas teria sido impedido e agredido pelo investigador Carlos Sena. O Siagespoc afirma que Sena agiu dentro dos preceitos legais.

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“Nós apoiamos o investigador porque ele agiu dentro dos preceitos legais em seu local de trabalho, que é a delegacia. Além disso, nós também fomos informados de que o policial não cerceou a liberdade de exercício da profissão ao advogado, mas tão somente pediu-lhe que esperasse na recepção e se identificasse, como é praxe em qualquer delegacia. Na verdade, foi o advogado quem desrespeitou o policial e o seu local de trabalho”, disse o presidente do Sindicato.

A intervenção do investigador Carlos Roberto Sena se deu quando ele viu o advogado discutindo com um policial. “Como ele já estava próximo da carceragem, eu pedi que ele se identificasse e que esperasse na recepção, mas ele recusou-se a mostrar a sua identidade”, disse o policial.

Mesmo advertido de que não podia entrar por estar em um local de risco, o advogado insistiu em permanecer ali e em dizer que tinha esse direito.

O advogado retornou à recepção, mas continuou discutindo. O policial alega que na frente de várias pessoas, o advogado sentiu-se fortalecido e continuou a ofender o policial, chamando-o de “otário” e “porcaria”.

Por desacato, Sena deu-lhe voz de prisão, e começou a conduzi-lo para uma cela, mas foi convencido por um colega que sugeriu o diálogo com o advogado, com o objetivo de apenas conferir a identidade dele. Ainda assim, ele afirma que Luciano foi irredutível e não mostrou nenhum documento. 

Ainda de acordo com o relato do policial, o advogado continuou com as ofensas, falando que “só tinha otários naquela delegacia”, desafiando a todos e tentando humilhar os policiais na frente do público. “A verdade é que ele foi contido e ia ser preso”, disse o policial, “devido ao fato de ter me desacatado”. 

O policial atua há 11 anos nesta Delegacia e afirma que nada desse tipo aconteceu antes.

“Nunca houve discussão parecida, nem com advogados, nem com juízes, nem com promotores que vão lá, todos são educados, conversam, narram os fatos, e nós nunca tivemos nenhum problema igual”, lembrou. “Esse moço já chegou alterado, e maltratou até mesmo a recepcionista, quando ela disse que ele não podia entrar; ele respondeu com um palavrão e entrou; quer dizer, eu acho que o ignorante é ele, não eu”.

O investigador Carlos Sena informou ainda que algumas pessoas que presenciaram o episódio se ofereceram para testemunhar e narrarem como tudo aconteceu.  

O caso

O advogado Luciano Rodrigues Dantas denunciou ter sido agredido por um policial civil, que ainda lhe deu voz de prisão, na tarde da última sexta-feira (27), na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA), após entrar no local para tentar ver seu cliente, um empresário que havia sido preso em uma operação da PJC no mesmo dia.

O advogado diz que após ficar muito tempo esperando, decidiu entrar na delegacia para ver seu cliente. No caminho ele foi abordado por policiais, que disseram que ele não poderia estar ali. No entanto o advogado contestou e disse que tinha o direito de estar ali, garantido pela lei 8.906.

Por causa disso começaram uma discussão, onde o advogado disse que foi agredido pelo policial, que também deu voz de prisão. Um outro policial então conversou com o advogado e o deixou ver seu cliente, encerrando a confusão.

Luciano disse que já registrou um boletim de ocorrência e que deve entrar com uma ação por danos morais contra o policial que supostamente o agrediu e contra o Estado
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