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Max Russi diz que emenda de bancada foi para Estado porque Emanuel não licitou equipamentos do PSM

Da Reportagem Local - Érika Oliveira

O secretário-chefe da Casa Civil, Max Russi (PSB), afirmou que as emendas impositivas da bancada federal matogrossense, que seriam destinadas para equipar o novo Pronto-Socorro de Cuiabá, foram transferidas para o Governo do Estado porque o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (PMDB), não licitou a compra dos aparelhos. A disputa pela verba começou quando Max foi a Brasília e, sem a presença de Emanuel, os deputados decidiram que os cerca de R$ 126 milhões seriam repassados para o Executivo Estadual.

"Tivemos uma reunião com a bancada federal, junto com o prefeito Emanuel Pinheiro, onde nós estamos discutindo uma emenda de R$ 126 milhões, que seriam aproximadamente R$ 88 milhões para a saúde e R$ 36 milhões para o Incra. Até esse momento não foi apresentado o que vai ser usado de equipamento para o Pronto-Socorro de Cuiabá", argumentou ele. 
 
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"Nós teríamos que aprovar esse projeto até o final do ano, senão perderíamos essa emenda. Por isso fomos até Brasília e fizemos essa mudança, seriam R$ 50 milhões para o Governo do Estado – para custeio, para pagar as filantrópicas, para pagar os hospitais regionais e a atenção básica dos municípios – e R$ 50 milhões nós faríamos um convenio com a Prefeitura e colocando mais R$ 30 milhões do Governo, para a compra dos equipamentos do Pronto Socorro", explicou o secretário.
 
No inicio da semana, o governador Pedro Taques (PSDB) e Emanuel participaram de uma nova reunião com a bancada, em Brasília, mas nenhum acordo foi fechado.
 
De acordo com Max Russi,  a proposta do prefeito é de que a verba de emenda seja divida ao meio, ficando R$ 63 milhões para o Estado e R$ 63 milhões para a Prefeitura. Todavia, Taques luta para que pelo menos uma parte do recurso vá para a reforma agrária.
 
"Agora, está se trabalhando uma outra proposta, mas acabou não acontecendo um entendimento, porque a bancada quer que seja unanime. A bancada quer equipar o novo Pronto-Socorro e esse também o desejo do governador Pedro Taques. Todo mundo sabe da crise da saúde, dos atrasos e do que vem ocasionando. Tem gente que precisa ser atendido e muitas vezes e o Estado não está conseguindo prestar esse atendimento", pontuou Max Russi.

Outro Lado:

A assessoria da Prefeitura de Cuiabá foi procurado e deverá se manifestar sobre as ponderações de Max Russi por meio de nota.
 
Entenda o caso
 
A emenda impositiva ao Orçamento Geral da União de 2017, emplacada pela bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, tinha o valor original de R$ 156 milhões. Todavia, nos cortes do Ministério do Planejamento para o governo do presidente Michel Temer (PMDB) alcançar superávit primário, foi reduzida para R$ 126 milhões. Desse total, originalmente quase R$ 81 milhões seriam destinados à aquisição de equipamentos e hotelaria do novo Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá, a ser inaugurado em abril de 2018.
 
Por conta da grave crise financeira de Mato grosso, acumulando há anos dívidas na Secretaria de Estado de Saúde (SES), há algumas semanas  o governador José Pedro Taques (PSDB) solicitou que R$ 50 milhões  fossem remanejados para o custeio da Saúde de Mato Grosso.
 
O pedido de Taques encontrou apoio na bancada e parecia tudo certo, até    o prefeito Emanuel Pinheiro considerar-se desrespeitado. Ele resistiu à mudança e incentivou dois deputados federais a liderarem a resistência: Carlos Bezerra (PMDB) e Valtenir Pereira (PSB).
 
Somente nos últimos dias correram diversas reuniões em Brasília e Cuiabá, para equacionar o problema. Caso não houvesse solução para o impasse, o ministro da Saúde, deputado paranaense Ricardo Barros (PP), advertia para o risco de Mato Grosso perder os recursos, como já ocorreu em outras ocasiões.
 
Somente nesta semana, praticamente no último suspiro do empenho da verba orçamentária – carimbada no OGU – é que se conseguiu resolver o problema.

Colaborou Ronaldo Pacheco
 
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