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Mulher denuncia morte da mãe após descaso em atendimento; médico nega acusações

Da Redação - Vinicius Mendes

Elizabeth Pereira Fontes foi atendida no último dia 23 pelo médico Jorge Caramuru no Hospital Jardim Cuiabá, na capital. A filha de Elizabeth, Lucilene Marques Fontes, afirma que sua mãe foi atendida com descaso e após receberem apenas a receita de alguns medicamentos foram liberadas.

Ela retornou ao hospital mais tarde, em um estado pior, foi atendida novamente, mas veio a falecer no dia seguinte. Lucilene fez uma postagem denunciando o descaso, no entanto o médico se defendeu dizendo que a história não é como Lucilene contou, mas que vai esperar a conclusão das apurações para se pronunciar.

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De acordo com Lucilene, ela e a mãe procuraram o Hospital Jardim Cuiabá, já que Elizabeth, que é hipertensa e diabética, não se sentia bem. Após a triagem, ela recebeu o diagnóstico de vômito, roxidão, e pressão de 10/6, sendo classificada como caso urgente. Elas então foram atendidas pelo médico Jorge Caramuru.

“O mesmo poderia ter prestado um atendimento de excelência e qualidade à minha mãe ou a qualquer outro paciente daquele pronto atendimento, mas não, o mesmo apenas ouviu seu batimento cardíaco. O médico após ouvir o seu batimento pediu que eu o acompanhasse até a sua sala para pegar a prescrição médica onde a receitou 1000 ml de soro, Dramim e Tropinal. Disse que ela estava desidratada”.

As duas então procuraram a enfermaria para receber os medicamentos, mas como viu que sua mãe passava mal e não foi feito nenhum exame, ela retornou ao médico e perguntou se sua mãe não seria examinada ou internada. Ela contou que recebeu uma resposta rude do médico, que disse que não viu necessidade de internação.

“Sem medicar e sem exames mandou ela para casa. Eu novamente fui atrás dele e falei ‘Dr. a minha mãe não está bem ela está ficando toda roxa e está com dores’ e ele respondeu ‘a alta dela foi dada!’. E a minha mãe doida para vir para casa, dizia que estava tudo bem. Eu falava ‘Mãe se a senhora não está bem eu não vou tirar a senhora daqui deste hospital’”, narra a filha.

A filha no entanto cedeu ao pedido da mãe e após tomar os medicamentos elas voltaram para casa. No entanto, ai chegar à residência, Elizabeth começou a vomitar e ter diarréia. Lucilene então retornou ao hospital com a mãe.

“Foi recebida pela equipe do Dr. Rafael e foi direto intubada e em seguida foi para a UTI por volta das 20h. Na UTI o médico viu que ela havia tido dois infartos. Na primeira vez começou a vomitar amarelo e na outra vomitou preto. Ele viu a necessidade de fazer um cateterismo, mas ela não aguentaria sair da UTI para ir fazer o procedimento. Foi chamado o profissional especialista que realizaria o procedimento e o mesmo disse que ela não iria agüentar, pois a pressão foi caindo, a glicose subindo, não conseguiam mas pegar a veia dela. Por volta das 06:40 do dia 24 ela teve outro infarto vindo a óbito”.

Lucilene já procurou o Hospital Jardim Cuiabá e uma sindicância foi aberta para apurar o caso. O médico Jorge Caramuru foi ouvido na manhã de hoje.

Outro lado

Ao Olhar Direto, o médico disse que a história não é como a filha da paciente contou, mas que quer aguardar a finalização das apurações para se pronunciar.

“O que ela está falando não é a verdade real dos fatos, o hospital abriu uma sindicância para fazer a apuração, a pedido dela. Eu não quero me pronunciar senão vai virar um bate boca, ela falando de um lado e eu do outro, então eu prefiro aguardar a apuração. O resultado da sindicância vai ser enviado ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e eles também devem se pronunciar. Então tem muita coisa que ela está falando que não é o real, mas eu entendo que ela está emocionalmente abalada e neste momento eu acho que bater boca com ela não é o mais adequado”.

Caramuru também lamentou que a história tenha se tornado pública e que teve sua imagem ferida sem poder se defender. Ele disse que estaria disposto a se encontrar com Lucilene, para explicar a situação, mas sabe que a mulher está abalada.

“Ela tem a verdade dela, só que a verdade dela pode não corresponder ao real. Se fosse para fazer uma conversa com ela, para explicação, eu até faria, mas o negócio é que neste momento ela está me agredindo, me chamou de várias coisas e eu não reagi, porque estou esperando a apuração”.

O Hospital Jardim Cuiabá se manifestou dizendo apenas que tomou conhecimento da denúncia da filha da paciente e instaurou uma sindicância interna para apurar o caso. A direção do hospital também explicou que como envolve um médico, o caso foi encaminhado à Comissão de Ética Interna, que deve finalizar as apurações e depois encaminhá-la ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT).
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