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Pichações atribuídas a facção criminosa alertam para presença de crime organizado em Cuiabá

Da Redação - Vinicius Mendes

Algumas pichações feitas em um muro no bairro Despraiado, em Cuiabá, supostamente feitas por membros da facção criminosa Comando Vermelho tentam reforçar a presença dos criminosos na capital. A frase relembra os recentes vídeos de “tribunais do crime” que foram espalhados pela internet. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) afirmou que a Polícia Civil continua investigando o caso.

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A pichação foi feita em um poste e em um muro no Bairro Despraiado em Cuiabá, além de outras regiões da cidade. A frase diz “proibido roubar na quebrada CV MT”. Recentemente, membros da facção criminosa espalharam vídeos na internet onde “punem”, torturam e matam pessoas que teriam cometido infrações na comunidade.

Em um dos vídeos os criminosos entrevistam um homem que supostamente seria o mandante do assassinato da grávida Viviane da Silva Ângelo no mês passado. O homem é depois decapitado pelos bandidos.

A Polícia Civil, no entanto, divulgou que prendeu na manhã desta quarta-feira (7) Matheus Rodrigues Pinto, o “Batata”, apontado como o real mandante da morte de Viviane. Em outro vídeo, também espalhado pelos criminosos, o mototaxista que transportou a grávida no dia do assassinato havia mencionado que ouviu a jovem conversar por telefone com um homem chamado “Matheus”. O mototaxista também foi decapitado.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) afirmou que a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) está conduzindo investigação sobre estes casos. A Sesp também reforçou que a Policia Militar e a Polícia Judiciária Civil combatem o crime organizado por meio de operações.

Em recente entrevista, o delegado Diogo Santana, da GCCO, afirmou que estes casos foram uma quebra no Poder Judiciário.

Ele afirma que não acredita neste poder paralelo fazendo “Justiça” e que isto não pode ser assumido pela sociedade. Santana ainda disse que a polícia trabalha continuamente para tentar identificar os integrantes da organização criminosa.

“A maneira que nós encontramos é trabalhar com a inteligência, no sentido de identificar quem são os componentes, desde o indivíduo do alto escalão, quanto os que estão na ponta cometendo o crime a mando do comando vermelho, no sentido de enfraquecê-los. A gente sabe que acabar com uma organização criminosa como o comando vermelho não se mostra possível, mas o nosso trabalho é contínuo, no sentido sempre de enfraquecer e demonstrar que a força policial sempre sobressai à força da organização criminosa”, disse.
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