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Mãe afirma que sumiço de adolescente foi premeditado, mas ainda busca entender o que aconteceu

Da Redação - Vinicius Mendes

Claudete Girotto, mãe da adolescente de 15 anos L.G.M. que teria desaparecido na tarde desta quarta-feira (14) após sair da escola em Cuiabá, confirmou em entrevista ao Olhar Direto que o sumiço foi premeditado pela garota. A adolescente, no entanto, ainda não contou aos pais os motivos ou com quem esteve durante este tempo. Ela foi encontrada suja, desnorteada e alegando sentir dores.

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A garota é aluna do Colégio Isaac Newton e foi vista pela última vez às 11h30 da manhã, quando saia da escola, na região central de Cuiabá. Ela teria pegado um Uber e depois desapareceu. Ela foi encontrada na noite de ontem, nas proximidades do Shopping 3 Américas, desnorteada, com sinais de maus-tratos e alegando sentir dores na perna e na nuca. Ela foi levada para o Hospital Santa Rosa, onde foi atendida.

“Ela já está bem , já está em casa, está medicada, ela ficou no Santa Rosa até hoje 3h50. Ela reclamava da perna, mas fizemos exames e não deu nada. Reclamava de uma dor na nuca, mas fizemos exames e não deu nada também”, disse a mãe da garota.

A mãe confirmou que a filha foi encontrada grogue, mas que não foi embebedada, o que foi confirmado nos exames.

“Não estava bêbada, fizemos todos os tipos de exames lá no Santa Rosa, foi a primeira coisa que a gente pediu para fazer, porque a gente queria descobrir, mas não tem nada disso”, explicou Claudete.

A menina ainda não contou a família onde esteve durante a tarde. Alguns prints de conversas no Whatsapp, supostamente da garota com amigos, sugerem que o desaparecimento foi todo premeditado, inclusive os ferimentos da garota e o fato de estar desnorteada. A mãe confirma que a filha planejou seu sumiço, no entanto, não sabe o motivo.

“Eu quero entender primeiro porque iniciou isso. Porque foi planejado. Mas quero saber se ela tentou fazer isso e no meio deu algo errado. Agora, ela não estaria sozinha, não fez isso sozinha. Para que? Por quê? Ainda não sei, em casa não falta nada, para falarem ‘ah ela estava brigada com o irmão, ah estava brigada com o pai, com a mãe’, mas não, não tinha nada disso”, contou a mãe.

A menina teria um namorado, mas ele não esteve envolvido no sumiço. A mãe ainda busca descobrir com quem sua filha esteve durante a tarde, e o que teria feito.

“Não temos nem suspeita de com quem ela possa ter ficado este tempo, porque o suposto namorado dela não tem nada a ver, ele estava até preocupado que a gente achasse que poderia estar com ele, porque foi a primeira pessoa que a gente procurou”, disse Claudete.

O motorista da Uber, com quem a menina fez a viagem após sair da escola teria sido apontado, inicialmente, como o responsável pelo desaparecimento. No entanto, ele disse que a garota não estava machucada quando a deixou e que falou para ela que se preocupou com seu estado, já que poderiam culpá-lo pelo que acontecesse. Ela já estava com os sinais de maus-tratos neste momento.

Ela então teria lhe dito que ficasse despreocupado. A menina teria quebrado seu telefone antes de ser encontrada. A mãe da menina criticou a postura do motorista.

”Se ele disse que é um pai de família, por que ele não contou onde ela estava? Por que não disse ‘olha ela fez isso, isso, isso e eu deixei ela em tal lugar, a polícia vem que estou aqui próximo’? Mas não, a princípio ele sumiu, estava com medo de aparecer, mas se ele tivesse feito isso não teria chegado a este ponto. As primeiras pessoas com quem deveria ter falado é conosco, da família”.

No perfil da adolescente nas redes sociais, algumas pessoas começaram a atacar a jovem pelo falso desaparecimento enquanto outras fizeram piadas. A mãe conta que a filha ainda não sabe o que está sendo veiculado sobre a história na mídia, já que a menina está sem celular. Claudete também disse que não pretende tomar alguma atitude com relação às pessoas que criticam sua filha.

“Ela ainda não sabe, está sem celular, foi destruído, não está sabendo nada da mídia, ninguém da família deu, vou deixar ela fora disso o tempo que eu conseguir. E a princípio não vamos tomar nenhuma medida sobre estes ataques que ela vem sofrendo na internet, não posso fazer nada disso”, disse.

O caso está sendo conduzido pela delegada Sílvia Virgínia Biagi Ferrari, do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP). Os pais e a menina ainda devem ser ouvidos.
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