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Após morte de preso, facção espalha áudios com ameaça de morte a agentes

Da Redação - Vinicius Mendes

Após a morte do traficante Jesuíno Cândido da Cruz Júnior, 28 anos, durante motim na Penitenciária Central do Estado (PCE), nesta terça-feira (20), membros de uma facção criminosa espalharam áudios nas redes sociais fazendo ameaças aos agentes penitenciários que trabalharam na operação. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) encaminhou os áudios para serem investigados. A Polícia Civil já apura o caso.

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Jesuíno morreu com um tiro na cabeça durante motim na PCE, na tarde desta terça-feira (20). A ação teria iniciado após revista dos agentes penitenciários, que acabaram apreendendo vários aparelhos celulares e também armas brancas artesanais.

Os agentes foram atacados com pedaços de concreto, barras de ferro e água quente. No entanto, o motim foi controlado rapidamente pela equipe de contenção da unidade. De acordo com a Sejudh, outros quatro presos ficaram feridos.

Em decorrência da morte de Jesuíno, membros de uma facção criminosa espalharam áudios ameaçando os agentes penitenciários. Um deles disse que deveriam fuzilar a viatura do Serviço de Operações Especiais (SOE), onde eles poderiam estar.

“Vamos fazer o seguinte, vamos arrumar mais seis irmãos e detonar estes caras aí, pegar uma viatura da SOE, não tem uma que saí de lá com quatro caras? Fuzilar os quatro que estão dentro da viatura, daquele jeito. Nós é o crime mano, vamos por para agir”, disse um dos bandidos.

Em outro áudio, outro homem, revoltado, disse que era para espalharem a informação de que era para “passar” (matar) os agentes. Ele lamentou a morte de Jesuíno e disse que outros 40 presos ficaram feridos.

“Vou passar avisando aí, o bagulho louco dentro da penitenciária, os policiais sem vergonha socaram bala lá, atingiram mais de 40 manos nossos aí entendeu? Mataram um mano nosso ligado? Esses agentes aí, se estiverem moscando na quebrada, pra sair um salve geral, porque esses caras não são polícia, estão pagando de louco, estão judiando dos manos presos lá dentro. Se vocês puderem divulgar este áudio meu aí, passar geral esses bando de agente, que estão aí atrasando, os manos já estão todos presos e eles ficam judiando ainda”, disse o homem.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejudh), que administra os presídios de Mato Grosso, afirmou que está acompanhando o caso e já o encaminhou para a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) investigar.

A Polícia Judiciária Civil se manifestou por uma nota dizendo que foi instaurado um inquérito para investigar a morte do preso. A PJC também afirmou que os áudios com as ameaças já foram encaminhadas para a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) fazer as apurações.
 
Leia na íntegra:

 
A Polícia Judiciária Civil informa que em relação à morte de um reeducando na Penitenciária Central do Estado (PCE) foi instaurado inquérito policial junto à Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
Logo após o fato, a equipe da DHPP, coordenada pela delegada Alana Cardoso, esteve no presídio para iniciar as investigações e constatou que houve motim dentro da unidade prisional.
 
Foi realizada perícia no local da morte do presidiário e ainda perícia de constatação de danos diversos causados no Raio 3, da Penitenciária, provocados diante da rebelião ocorrida na tarde de terça-feira (20).
 
A causa preliminar da morte é apontada como perfuração de arma de fogo (PAF), que teria sido provocada por disparo no momento de contenção dos presos.
 
A investigação da Polícia Civil, por meio da DHPP, seguirá critérios técnicos (embasada em laudos periciais e outras provas) e total responsabilidade na apuração dos fatos.
 
Em relação aos áudios que circulam em redes sociais referente a ameaças de supostos ataques a agentes penitenciários, a Polícia Civil deu encaminhamento à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), para análise e adoção de medidas investigatórias, assim como vem sendo tomadas providências em relação a outros tipos de ameaças a agentes públicos, por meio de compartilhamento de mensagens e áudios.
 
O trabalho vem resultando em diversas ações repressivas, como a operação 10º Mandamento, deflagrada na semana passada,  para medidas enérgicas de combate à organizações criminosas existentes no interior dos presídios, com membros fora das unidades.  
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