Não está fácil a semana do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Não bastasse a "tomatada" que o mato-grossense tomou de manifestantes, em São Paulo, na última segunda-feira (19), conheceu, na tarde desta quarta (21), a fúria do colega Luís Roberto Barroso. Durante sessão da Suprema Corte, o ministro carioca recebeu "provocações" veladas de Gilmar, à respeito de decisões tomadas em processos antigos, perdeu a paciência e rasgou o verbo. "Deixa-me de fora desse seu mal sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. Isso não em nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo vossa excelência vir aqui fazer um comício cheio de ofensas, grosserias. Vossa Excelência não consegue articular um argumento, fica procurando.... já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim. A vida para vossa excelência é ofender as pessoas, não tem nenhuma ideia, nenhuma, nenhuma, só ofende as pessoas. Qual sua idéia, sua proposta? Nenhuma! É bílis, ódio, mal sentimento, 'mal secreto', é uma coisa horrível. Vossa Excelência não se envergonha? Vossa Excelência é uma desonra para o Tribunal, uma desonra para todos nós! Um temperamento agressivo, grosseiro, rude! É péssimo isso! Vossa Excelência sozinho é ruim para o Tribunal. Muito ruim! É muito penoso para todos nós ter que conviver com Vossa Excelência aqui. Não tem ideia, não tem patriotismo, está sempre atrás de algum interesse que não é o da Justiça. É uma coisa horrorosa, uma vergonha, um constrangimento. É muito feio isso”. Barroso só parou a sequência de elogios à Gilmar Mendes após interrupção da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, que suspendeu a Sessão, para acalmar os ânimos. Mendes não aceitou que encerrassem sua fala e repetiu: "Eu ainda estou com a palavra, presidente. Eu ainda estou com a palavra! Vou recomendar para o ministro Barroso que feche seu escritório de advocacia”.