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“Que não tenha caixa dois e gente delatada em meu palanque”, diz juíza Selma Arruda sobre pré-candidatura

Da Redação - Ronaldo Pacheco

Tratada por muitos como o ‘fator novo’ no pleito deste ano, a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, protocolizou seu pedido de aposentadoria do Poder Judiciário e admitiu que pode disputar uma vaga no Poder Legislativo. Ela observou que não há condições de subir em palanque de quem faz caixa dois, foi delatado para a Justiça nem quem responde processo na 7ª Vara Criminal.
 
“É possível [a candidatura] se conseguir que seja em palanque limpo. Que não faça caixa dois; que não tenha que subir no palanque com gente delatada; com gente que responda processo na minha Vara. Então, é provável que eu vá tentar algum cargo no Poder Legislativo”, argumentou Selma, sem especificar a pré-anunciada briga pelo Senado da República por Mato Grosso.

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“Eu pedi aposentadoria para ter tempo hábil para se filiar a algum partido. Não decidi nada ainda!”, justificou a magistrada da 7ª Vara, para a reportagem do Olhar Direto.
A decisão sobre a aposentadoria, segundo a magistrada, já havia sido tomada há tempos, inclusive com a permanente cobrança do seu marido, pois possui tempo desde 2016. “Falei e repito. Todos sabem que tenho tempo de aposentadoria desde 2016. Era para ter pedido [a aposentadoria] em 2017, mas não o fiz, porque tenho várias sentenças pendentes. Tinha prometido para o meu marido que com ou sem sentenças pendentes eu iria aposentar até junho”, ponderou Selma Arruda.
 
E a antecipação se deve justamente por conta do calendário eleitoral. “Eu antecipei em alguns meses por causa dessa questão. Mas não quer dizer que estou concorrendo a coisa nenhuma. Não sei se vou querer alguma coisa. Não tenho vaidade pessoal. Nem  pretensão individual”, citou a juíza da 7ª Vara, ao confirmar o assédio de várias siglas.
 
PSL e Bolsonaro

Desde o início deste mês, o principal líder do PSL no Estado é o ex-prefeito Dilceu Rossato, de Sorriso, pré-candidato ao governo de Mato Grosso. Antes dele era o vereador Wilson Nonato Kero Kero, presidente da Executiva de Cuiabá.
 
O convite que mais teria agradado Selma Rosane Arruda para ingresso na política teria partido do deputado fluminense Jair Bolsonrado (PSL), tratado quase em tom messiânico pela direita brasileira. “Se conseguir [oficializar a candidatura] vou fazer alguma coisa que vá ajudar a Justiça Criminal. E que possa ajudar no combate à violência que está acabando com tanta gente por aí”, resumiu Selma.
 
No passado recente, ela foi incentivada insistentemente pelo governador José Pedro Taques (PSDB). Contudo,  nos últimos meses, claramente se distanciou de Taques.
 
Desde 2015, Selma Arruda vem sendo comparada ao juiz paranaense Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato e por condenar o ex-presidente Lula. Ela comandou os processos que resultaram em condenações e delações premiadas do ex-governador Silval Barbosa e do ex-deputado José Geraldo Riva, ex-presidente da Assembleia Legislativa.
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