Imprimir

Notícias / Cidades

Força-tarefa prende quatro membros de facção criminosa que atua na capital

Da Redação - Fabiana Mendes

A operação “Panóptico”, realizada pela Polícia Militar e Civil, prendeu na manhã desta quarta-feira (28) quatro membros de uma facção criminosa, em bairros distintos de Cuiabá. Eweliyn Monique Bertolla Murtinho, Lorena Barbosa Lopes, 31, Marcos Antônio da Silva, 45, Marcelo de Sousa Santos, 26, foram localizados em endereços nos bairros Jardim Vitória, Florianópolis, Doutor Fábio, Jardim Brasil, Novo Paraiso, em Cuiabá.
 
“Monique”, como é conhecida, é apontada como uma suposta voz da facção no bairro Jardim Florianópolis. Em um aparelho celular encontrado com ela, policiais descobriram uma conversa dela com presidiários e fotos de cartão de crédito para saque de dinheiro. Esses dados serão extraídos pela perícia

Leia mais: 
Facção exige mensalidade de bocas de fumo e executa membros que se recusam a pagar, diz delegado

Os suspeitos foram conduzidas à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que coordena os trabalhos, com apoio operacional, da Polícia Militar, do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPaer) e policiais civis da Diretoria de Inteligência, Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE). A operação tem como objetivo o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão.
 
Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Judiaria Civil, a operação tem caráter preventivo e busca coletar dados sobre a facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios, na prática de diversos crimes como tráfico de drogas, crimes patrimoniais (roubos e furtos em residências, comércios e veículos), homicídios, explosão de caixas eletrônicos e outros. 

Com os presos foram apreendidos R$ 3.650, em espécie, proveniente do tráfico de drogas, porções de drogas, balança de precisão, celulares e uma motocicleta. Na operação, com uma mulher conhecida por "Monique", 25 anos, foi apreendido um celular com conteúdo ligado a facção criminosa.

O secretário de Segurança Pública, Gustavo Garcia pontua que a segurança pública vai continuar agindo com rigor – fortalecendo as ações ostensivas da Policia Militar e reforçando as investigações relacionadas às facções criminosas.

Ele ainda acrescenta que o trabalho com a Sejudh no apoio as ações operacionais e informações para subsidiar a administração penitenciária nas tomadas de decisões.
“Trabalhamos em conjunto com a Sejudh 24 horas por dia de segunda a segunda. Não vamos admitir nenhuma intercorrência relacionada as facções criminosas. Precisamos do apoio de todos para vencer esse câncer que assola o país”.

O subchefe de Estado Maior Geral da Polícia Militar, coronel Henrique Correa da Silva Santos destaca que a operação é importante porque busca tirar de circulação pessoas ligadas a facções criminosas e com foco na repressão do tráfico de drogas.

“As pessoas presas três delas estavam com tornozeleiras o que mostra a reincidência dos criminosos. O papel da segurança pública, através do trabalho integrado PM e PJC e tentar mais uma vez tirar essas pessoas de circulação e diminuindo a possibilidade de ações criminosas ligadas a facções. A operação é importante e de extrema relevância social”.

"Ela (Monique) é uma suposta voz da facção no Jardim Florianópolis. Foi possível identificar uma conversa dela dado por presidiários e fotos de cartão de crédito para saque de dinheiro. Esses dados serão extraídos pela perícia", disse o delegado Luiz Henrique Damasceno que acrescentou o trabalho de investigação em identificar e conter essas pessoas. “Foram colhidas informações importantes, agora vamos apurar”.
As ordens judiciais foram expedidas pela Vara do Crime Organizado. Todos os presos serão autuados em flagrante por tráfico de drogas e organização criminosa.

Panóptico - significa construção, cuja estrutura faz com que se consiga observar a totalidade da sua superfície interior a partir de um único ponto. O termo foi utilizado pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Benthan em 1785, para designar um modelo de penitenciária ideal.
 
Atentados
 
Nas últimas semanas, diversos atentados aconteceram na cidade. Eles podem ter ligação com membros de uma facção criminosa, que espalharam áudios nas redes sociais, mandando fuzilar os agentes que trabalharam durante o motim na Penitenciária Central do Estado (PCE), do dia 20, em que morreu o traficante Jesuíno Cândido da Cruz Júnior, 28 anos.
 
O autor do áudio foi identificado, e segundo as investigações foi gravado por Jonathan Oliveira da Silva, que cumpre pena na Penitenciária Major Eldo Sá Correa (Presídio da Mata Grande), em Rondonópolis. O suspeito possui passagens por roubo, tráfico de drogas e organização criminosa.

A suspeita que o motivo do motim seria retaliação por causa de uma revista, na qual foram apreendidos 78 parelhos de celular, 290 trouxinha de maconha, 5 facas artesanais, 15 xuxos (arma artesanal), 18 fones de ouvido, 1,6kg de cocaína, 2,74kg de outros entorpecentes e 30 carregadores de celular.
 
A sede do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT) também foi alvo. Na manhã desta sexta-feira (23) foram feitos diversos disparos no local.  Um homem passou em um Prisma prata em frente, atirou e em seguida fugiu. Os agentes penitenciários logo saíram atrás, armados.
 
Já nesta semana, A diretora adjunta presídio feminino Ana Maura do Couto May , C.R.S.P. foi abordada e ameaçada dentro do supermercado Atacadão, localizado na região do Coxipó, em Cuiabá, por uma dupla usando tornozeleiras eletrônicas e duas mulheres. O boletim de ocorrências só foi registrado na terça-feira (27).
 
A Secretária do Estado e Segurança Pública (Sesp), disse que a pessoa que afirmar pertencer a grupo criminoso será autuada em flagrante por associação criminosa, com pena de até oito anos de prisão. Além disse, garantiu que a Polícia Militar está nas ruas e combatendo as ações criminosas, prendendo pichadores e vai dar a resposta técnica às ações do crime organizado, como tem feito diariamente nas operações ostensivas.
Imprimir