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Notícias / Cidades

Alvo da GCCO alegou ter estudado mais de 4 mil horas para se livrar da cadeia

Da Redação - Wesley Santiago

Um dos reeducandos alvos na ‘Operação Regressus’, deflagrada no dia 25 de abril deste ano para investigar esquema de fraude de atestados para remissão de pena, apresentou 4.400 horas de estudo para conseguir a regressão do tempo de cadeia. O fato levantou suspeita da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), responsável pelas investigações. A ação também prendeu o produtor de eventos Marcelo Nascimento da Rocha, o Marcelo VIP, e Marcio Batista da Silva, traficante de drogas suspeito de integrar uma facção criminosa.

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“A operação foi focada em dois pontos. Um deles é essa questão de trabalhos e estudos que teriam sido falsificados para garantir a progressão de penas a criminosos. Os 19 mandados de busca e apreensão foram cumpridos para identificar se estas empresas têm estes certificados para comprovar”, explicou o delegado Diogo Santana, titular da GCCO.
 
O delegado também acrescentou que, durante as investigações, “identificados que tem reeducando que apresentou 4.400 horas de estudo durante o cumprimento de pena, o que para nós parece um absurdo”. Ao todo, foram levantados diversos casos de 2017 até a presente data e, até agora, 35 deles levantaram suspeitas.
 
“Imaginamos que este número possa ser ainda muito maior. Trabalhamos com a possibilidade de participação de reeducandos, estagiários, servidores, bacharéis e até advogados no caso”, finalizou o delegado.
 
Operação Regressus
 
A investigação é coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado e teve  a cooperação da Subsecretaria de Inteligência do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
 
De acordo com as informações levantadas nas investigações, um traficante do Rio de Janeiro e Marcelo VIP teriam conseguido diminuir pelo menos um ano de pena com informações falsas. Os mandados também são cumpridos em empresas, que teriam passado informações falsas ao Poder Judiciário.
 
A operação “Regressus” (retornar ao sistema) cumpre três mandados de prisão preventiva e 19 ordens de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Rio de Janeiro. Os alvos com prisões expedidas pela Vara do Crime Organizado (7ª Vara) são os dois criminosos, ex-presidiários notoriamente conhecidos, com vasta condenação penal, que teriam por meios fraudulentos progredidos de regime. O terceiro é um ex-assessor da 2ª Vara Criminal de Cuiabá – Vara de Execuções Penais.
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