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Maggi afirma que denúncia da PGR é requentada e fato já foi enterrado

Da Redação - Lucas Bólico

O ministro da Agricultura, senador licenciado Blairo Maggi (PP), afirmou ter sido pego de surpresa pela nova denúncia da Procuradoria-Geral da República que o acusou de corrupção ativa em suposta compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para aliados no período em que foi governador de Mato Grosso.

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Reportagem publicana neste sábado (5) por Folha de S. Paulo revela que o ministro considera o assunto já como “enterrado”. O arquivamento do processo aconteceu há dois anos, mas agora a PGR o retomou tomando como base informações que constam de delação premiada do ex-governador Silval Barbosa.
 
"Sim [pego de surpresa], porque é um fato inclusive já enterrado, vamos chamar assim. Ele veio em 2014, aí em 2016 houve o arquivamento, inclusive foi o motivo de eu ter ido para o ministério, porque se não tivesse tido esse arquivamento, eu nem teria ido para o ministério", afirmou Maggi nesta sexta-feira (4) em Ribeirão Preto, em visita à Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow).
 

Até então, Maggi só havia se manifestado por meio de nota oficial. Na ocasião, lembrou o arquivamento do processo pelo Supremo Tribunal Federal e argumentou que a nova ação da PGR é uma verdadeira afronta à Suprema Corte.
 
A denúncia
  
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), denúncia contra Maggi, por participação em esquema de venda de vagas no Tribunal de Contas do Mato Grosso (TCE-MT) em 2009.

Um dos beneficiados, segundo a PGR, foi o conselheiro afastado do TCE Sérgio Ricardo de Almeida. Ele foi denunciado pela prática de corrupção ativa e por lavagem de dinheiro.  As investigações apontaram que Blairo Maggi tomou parte em repasses de ao menos R$ 4 milhões em propina para que Alencar Soares Filho se aposentasse no momento mais conveniente para a nomeação de Sérgio Ricardo.
 
A denúncia é resultante da Operação Ararath, iniciada em 2013 para apurar a atuação de “bancos de propina” clandestinos em Mato Grosso, bem como a existência de organização criminosa no alto escalão dos poderes Executivo e Legislativo do estado. A operação resultou na abertura de mais de 50 inquéritos
 policiais.
 
“Os valores foram desviados da Assembleia Legislativa ou do Executivo por meio de estratégias como contratações simuladas de serviços que jamais foram prestados”, disse a PGR por meio de nota.
 
Além da perda das funções públicas, Raquel Dodge quer que Maggi devolva os R$ 4 milhões que teriam sido desviados, além de pagar multa ainda a ser estipulada. Caberá ao ministro Luiz Fux, do STF, analisar a denúncia. Outras nove pessoas já são alvo de denúncia pelo mesmo caso em instâncias inferiores.
 
Uma das bases para a denúncia foi à delação premiada de Silval Barbosa, vice-governador do Mato Grosso em 2009. Ele assumiu o comando do Executivo estadual em 2010, com a saída de Maggi, que se candidatou a senador.
 
Confira abaixo a íntegra da matéria publicada por Folha de S. Paulo:
  
Maggi diz que denúncia da PGR o pegou de surpresa e nega elo com esquema
 
Denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob a acusação de corrupção ativa, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ter sido pego de surpresa pela denúncia, afirmou que o tema foi "requentado" e negou envolvimento com o caso.
 
As acusações estão relacionadas a uma suposta participação em esquema de compra e venda de vagas no TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Mato Grosso em 2009, quando era governador.
 
"Sim [pego de surpresa], porque é um fato inclusive já enterrado, vamos chamar assim. Ele veio em 2014, aí em 2016 houve o arquivamento, inclusive foi o motivo de eu ter ido para o ministério, porque se não tivesse tido esse arquivamento, eu nem teria ido para o ministério", afirmou ele nesta sexta-feira (4) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), em visita à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação).
 
Maggi disse que o assunto foi "requentado", "sem novas provas, sem nada". "Posso dizer com toda tranquilidade que não pratiquei o que lá está dito, agora o Ministério Público tem o direito, pode fazer as ilações que quiser fazer e eu vou me defender dentro do processo. Estou absolutamente tranquilo."
 
No pedido enviado ao STF, além da condenação pelo crime, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, requer a perda da função pública do ministro -que tem mandato de senador- e a reparação de dano patrimonial no valor de R$ 4 milhões.
 
Ela também solicita o pagamento de indenização por danos morais coletivos pelos prejuízos provocados na imagem das instituições.
 
No documento enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), ela afirma que foram feitos pagamentos ao então conselheiro Alencar Soares Filho para que ele se aposentasse e deixasse o posto -que é vitalício. Os valores das propinas teriam chegado a R$ 12 milhões, informou a PGR.
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