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Lagoa poderia ser perdida devido ao alto índice de poluição no Parque das Águas

Da Redação - Fabiana Mendes

Consolidada como atrativo turístico que chega a receber mais de 10 mil pessoas por dia, o Parque das Águas no Centro Político Administrativo (CPA), em Cuiabá, poderia perder sua lagoa, devido ao alto índice de poluição. A afirmação foi feita pelo promotor Gerson Barbosa, da 17ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente Urbanístico, nesta semana, durante assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), entre o Governo do Estado e Ministério Público Estadual (MPE).

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“Segundo relatório da engenheira do Ministério Público Estadual, o índice de poluição da lagoa está extremamente alto. Nós estávamos correndo risco de perder essa lagoa”, afirmou ele, que também considerou a medida do secretário de Serviços Urbanos de Cuiabá, José Stopa, extrema, porém necessária.
 
De acordo com levantamento, ao menos 25 órgãos estariam jogando esgoto no Parque das Águas, sete são do Poder Executivo. Dois deles já resolveram seus problemas e os cinco que restaram fazem parte do TAC.
 
Uma das pastas responsável por despejar dejetos seria a Secretaria de Administração (SAD), de acordo com Stopa. "Temos fortes indícios que a Secretaria de Administração (SAD) é uma das que estava jogando o esgoto no lago, assim como várias outras. Ainda faremos o levantamento completo, na próxima semana, para mostrar quais são os órgãos, que não são apenas do governo".
 
Ainda conforme o gestor da pasta, análise da água já confirmou a presença de coliformes fecais, o que contribui para o mau cheiro no local, que é um cartão postal da Capital. Além disto, nos momentos de maior uso, os dejetos também passavam pela pista de caminhada, onde circulam várias pessoas. A concretagem foi bem aceita pelos frequentadores do parque, que comemoraram o fim do mau cheiro.
 
Moradora do bairro Terra Nova, Irotilde Tolotti, diz que desde a última semana a ausência de odor ali é notável. Opinião compartilhada pela enfermeira Maria Lub, que afirma que os piores horários eram os do início da tarde. Para ela, embora a atitude do secretário José Roberto Stopa pareça radical, o importante é que a questão foi resolvida. “Para nós que estamos no parque, o problema foi resolvido. Agora eles têm que resolver entre si as questões administrativas”, diz.
 
Na assinatura do TAC, ficou definido que, em até dez dias, a Águas Cuiabá irá construir uma caixa de drenagem, no Parque das Águas, como uma medida paliativa para recolher o esgoto até a adequação do sistema. No total, o prazo para resolver o problema é de seis meses, se nada for feito, acontece à notificação. O esgoto será tratado em uma Estação Elevatória provisoriamente. Sendo assim, o concreto será retirado.

O caso
 
A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, concretou segunda-feira (30) de Abril, uma tubulação que leva esgoto até o Parque das Águas, no Centro Político Administrativo, em Cuiabá. O secretário da pasta, José Roberto Stopa, divulgou vídeos em suas redes sociais, onde diz que a interrupção é uma “solução definitiva”.
 
Mesmo após cerca de um ano, desde que a Prefeitura de Cuiabá montou uma “força-tarefa” para impedir o derramamento de esgoto na Lagoa Paiaguás, que embeleza o Parque das Águas, nada teria mudado. “Algum prédio público, embora já notificado, insiste em despejar o seu esgoto, in natura no nosso maior cartão portal. Já denunciamos, tomamos todas as medidas possíveis”, afirmou.
 
A Prefeitura já havia pedido intervenção do Ministério Público Estadual (MPE) em decorrência do esgoto despejado na lagoa. A medida foi necessária visto que, mesmo após o envio de notificações aos órgãos estaduais para que os mesmo se manifestassem sobre a regularização dos problemas detectados, a pasta não havia recebido nenhum projeto visando solucionar a demanda.
 
No ano passado, o excesso de dejetos sem tratamento reduziu drasticamente o nível de oxigênio na água da lagoa, resultando na morte de várias espécies de peixes e redução do pássaros que frequentavam as imediações.
 
A primeira leva de mortandade de pescado ocorreu em meados de 2016 e voltou acontecer em maio de 2017. Além da morte dos peixes, em determinados horários, o odor se torna insuportável, principalmente para quem está no Residencial Paiaguás e na sede do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso.
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