Imprimir

Notícias / Cidades

PF deflagra operação contra narcotraficantes; líder preso em MT

Da Redação - Vinicius Mendes

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Efeito Dominó, desdobramento da Operação Spectrum, iniciada em julho de 2017, que desarticulou uma estrutura estabelecida para o tráfico internacional de drogas. O esquema era comandado por Luiz Carlos da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”. Ele foi preso em Sorriso (a 401 km de Cuiabá) em julho do ano passado e possuía várias propriedades rurais em Mato Grosso.
 
Leia mais:
Maior narcotraficante da América do Sul planejava comprar outra fazenda em MT para facilitar ação criminosa
 
Cerca de 90 policiais cumprem 26 ordens judiciais, sendo 18 de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e três de prisão temporária nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal.
 
Durante as investigações da Operação Spectrum, a PF desarticulou uma estrutura criminal criada visando o tráfico internacional de drogas. Esse esquema era comandado por Luiz Carlos da Rocha, mais conhecido como “Cabeça Branca”. Ele era tido como um dos maiores traficantes da América do Sul, tendo conexões em dezenas de outros países.

Luiz Carlos da Rocha era procurado pela Polícia Federal e pela Interpol. Ele foi preso no município de Sorriso no dia 1º de julho de 2017 e chegou a fazer algumas cirurgias plásticas na face para dificultar sua identificação. Ele foi condenado a 49 anos de prisão.

O líder criminoso possuía propriedade rural de 2 mil hectares no município de Tapurá e uma outra no município de Marcelândia. As duas estão em nome de laranjas e foram arrendadas para produtores de soja.

Uma das fazendas de Luiz Carlos, a Por do Sol, foi completamente abandonada logo após sua prisão. Ele ainda planejava comprar uma outra propriedade no município de Campo Novo do Parecis, que poderia facilmente ser localizada do alto e serviria para o pouso de aviões vindos de fora do Brasil com drogas.
 
Doleiros

Por meio de nota, a PF informou hoje que as investigações demonstram “robustos indícios acerca do modus operandi [modo de operação] da organização criminosa, consistente na convergência de interesses das atividades ilícitas dos “clientes dos doleiros” investigados, pois de um lado havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas e de outro, traficantes internacionais como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína”.
 
Dois doleiros tinham atuação “concreta e direta” com o grupo criminoso. Ambos eram conhecidos desde a Operação Farol da Colina (caso Banestado) e na Lava Jato. De acordo com os investigadores, eles foram alvos de investigações pela mesma prática criminosa.
 
“Quanto ao operador financeiro (doleiro) já investigado da Operação Lava Jato, chama atenção o fato de ter retornando às suas atividades ilegais mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República e posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal serão comunicados sobre a prisão do réu colaborador para avaliação quanto à “quebra” do acordo firmado”, diz a nota da PF.
 
Com a operação de hoje, a PF pretende reunir informações complementares da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes.
Imprimir