Imprimir

Notícias / Cidades

Empresário de Mato Grosso e filho são presos pela PF em operação contra narcotráfico

Da Redação - Wesley Santiago

O empresário Pedro Araujo Mendes Lima e seu filho, Hamilton Brandão Lima, são dois dos presos durante a ‘Operação Efeito Dominó’, deflagrada na última terça-feira (15), pela Polícia Federal (PF), em sete Estados do país. Pedro é proprietário de uma empresa de vendas de máquinas agrícolas, instalada em Guarantã do Norte (710 quilômetros de Cuiabá).

Leia mais:
PF deflagra operação contra narcotraficantes; líder preso em MT
  
A ação desarticulou esquema de lavagem do dinheiro oriundo da organização criminosa comandada pelo narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o ‘Cabeça Branca’. Pedro Araujo foi preso temporariamente em Dourados (MS). Hamilton Brandão, que responde a um processo em Mato Grosso, teve mandado cumprido no condomínio Setvillage, na Vila Nasser, em Campo Grande (MS). A informação é do site Campo Grande News.
 
As 26 ordens judiciais, sendo 18 de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e três de prisão temporária, foram cumpridas nos Estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal.
 
Durante as investigações da Operação Spectrum, a PF desarticulou uma estrutura criminal criada visando o tráfico internacional de drogas. Esse esquema era comandado por Luiz Carlos da Rocha, mais conhecido como “Cabeça Branca”. Ele era tido como um dos maiores traficantes da América do Sul, tendo conexões em dezenas de outros países.
 
Luiz Carlos da Rocha era procurado pela Polícia Federal e pela Interpol. Ele foi preso no município de Sorriso no dia 1º de julho de 2017 e chegou a fazer algumas cirurgias plásticas na face para dificultar sua identificação. Ele foi condenado a 49 anos de prisão.
 
O líder criminoso possuía propriedade rural de 2 mil hectares no município de Tapurá e uma outra no município de Marcelândia. As duas estão em nome de laranjas e foram arrendadas para produtores de soja.
 
Uma das fazendas de Luiz Carlos, a Por do Sol, foi completamente abandonada logo após sua prisão. Ele ainda planejava comprar uma outra propriedade no município de Campo Novo do Parecis, que poderia facilmente ser localizada do alto e serviria para o pouso de aviões vindos de fora do Brasil com drogas.
 
Doleiros
 
Por meio de nota, a PF informou hoje que as investigações demonstram “robustos indícios acerca do modus operandi [modo de operação] da organização criminosa, consistente na convergência de interesses das atividades ilícitas dos “clientes dos doleiros” investigados, pois de um lado havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas e de outro, traficantes internacionais como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína”.
 
Dois doleiros tinham atuação “concreta e direta” com o grupo criminoso. Ambos eram conhecidos desde a Operação Farol da Colina (caso Banestado) e na Lava Jato. De acordo com os investigadores, eles foram alvos de investigações pela mesma prática criminosa.
 
“Quanto ao operador financeiro (doleiro) já investigado da Operação Lava Jato, chama atenção o fato de ter retornando às suas atividades ilegais mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República e posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal serão comunicados sobre a prisão do réu colaborador para avaliação quanto à “quebra” do acordo firmado”, diz a nota da PF.
 
Com a operação de hoje, a PF pretende reunir informações complementares da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes.
Imprimir