As redes sociais impõem a cada dia novos desafios para o atual modelo de democracia, cidadania e participação. Ao mesmo tempo em que dá voz a quem historicamente não possuía espaço para se expressar, as novas mídias pulverizam e descentralizam os diálogos. Conseqüência disso foi a rápida mobilização dos caminhoneiros em torno da greve nacional, sem uma liderança unificada aparente. Ao mesmo tempo, dificulta a desmobilização dos trabalhadores, mesmo com o governo acatando todas as pautas apresentadas por algumas das lideranças. A greve dos caminhoneiros é a primeira grande greve no Brasil articulada principalmente por whatsapp e expõe a dificuldade do poder público em dialogar com massas não organizadas por estrutura hierárquica bem definida. Chegou ao ponto de que quanto mais o governo cede, mas alguns segmentos radicalizam e inserem pautas difusas. Sem contar os grupos insatisfeitos com o governo Temer, tanto de esquerda quanto de extrema direita, que tentam fundir suas pautas às dos caminhoneiros.