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Após quase 100 dias, polícia ainda busca corpos de homens decapitados por facção criminosa

Da Redação - Vinicius Mendes

A Polícia Civil ainda investiga o caso de dois homens degolados por uma facção criminosa em fevereiro deste ano. Eles estavam envolvidos no caso da grávida Viviane da Silva Ângelo, de 18 anos, encontrada morta no dia 18 de fevereiro após ser torturada e assassinada. O sumiço foi denunciado no dia 25 de fevereiro.

As duas vítimas foram apontadas pela facção, em vídeos espalhados na internet, como sendo os responsáveis pela morte da jovem. No entanto, em março a Polícia Civil prendeu o real mandante do crime. Os corpos dos dois homens ainda não foram encontrados.

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O caso é investigado pela delegada Alana Cardoso, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil confirmou que já foi instaurado um inquérito sobre o caso dos dois homens, mas que segue em sigilo.

Em vídeos espalhados pela internet em fevereiro deste ano, uma facção criminosa gravou a decapitação das duas vítimas. Em outros vídeos eles interrogavam os homens. Um deles, um mototaxista identificado como “Reinaldo”, contou que buscou a jovem no dia de seu desaparecimento e que ouviu ela recebendo uma ligação de um homem chamado “Mateus”. Quando chegou ao destino da jovem, ele contou que foram abordados por um homem conhecido como “zulu”.

A outra vítima, em um outro vídeo, ao ser questionado pelos criminosos, confessou ser o mandante do crime e que apenas ele e “zulu” sabiam do caso. O homem também contou que sua motivação foi por ciúmes. Em um terceiro vídeo os criminosos gravam a decapitação dos dois homens.

Em março deste ano, no entanto, a Polícia Civil prendeu Mateus Rodrigues Pinto, conhecido como ‘Batata’, no bairro Quilombo, na Capital. As investigações apontaram que ele seria o mandante do assassinato de Viviane. Mateus seria ex-namorado dela e o crime teria acontecido por conta de ciúmes.

O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, Diogo Santana Souza, em entrevista ao Olhar Direto, afirmou que as forças de Segurança Pública têm feito um trabalho constante de combate às facções criminosas.

“Sempre batemos na tecla de que o enfrentamento a organizações criminosas tem que ser constante e contundente. Não nos iludimos achando que uma grande operação vai resolver os problemas aqui. Fazemos uma ação já pensando na outra. Precisamos atacar em várias frentes, procurando desarticular. Apreendendo armas, munições, entorpecentes”, disse Santana.

Nos primeiros meses do ano diversos vídeos de uma facção criminosa foram espalhados pela internet. A Polícia Civil, após investigações, prendeu vários dos envolvidos e dos atores dos vídeos. O delegado Diogo afirma que as ações da polícia são importantes e mostram aos criminosos que a autoridade em Mato Grosso é o Estado e não as facções.

“Sabemos que nossas ações incomodam o crime organizado, mas temos que mostrar, por meio de ações firmes e fortes, que quem manda no estado são as forças de segurança pública. Não temos aqui em Mato Grosso, implantado, um poderio de organização criminosa que possa enfrentar o estado”.
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