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“Se até as pedras do Rio Cuiabá sabiam da corrupção, por que continuou com o Consórcio VLT?”, questiona Mauro Mendes

Da Redação - Wesley Santiago

O pré-candidato ao governo de Mato Grosso e ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM), criticou o governador Pedro Taques (PSDB) por ter demorado demais para rescindir o contrato das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) com o consórcio responsável por tocar as obras: “Se até as pedras do Rio Cuiabá sabiam da corrupção, por que continuou com a empresa?”. Mauro acrescenta ainda que chegou a sugerir ao secretário responsável por cuidar do caso è época, que o melhor seria procurar outra construtora.

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“É uma obra que está há quatro anos parada. Falei com o secretário de Assuntos Estratégicos da época, Gustavo Oliveira, que é meu amigo pessoal. Disse pra ele minha opinião, lá no começo do governo Taques, que se quisessem uma solução para aquilo, deviam rescindir com a construtora”, disse o pré-candidato em entrevista à Rádio Capital.

Mauro ainda criticou a demora para que a decisão de rescindir o contrato fosse tomada: “A gente viu bem o próprio governador dizer que até as pedras do rio Cuiabá sabiam que tinha tido corrupção. Ora, se até elas sabiam, por que continuar com o Consórcio que lá estava?”, questionou o ex-prefeito.

O democrata citou uma entrevista de Pedro Taques ao Olhar Direto, em que o governador comentou que "fofoca existia na sociedade, até as pedras do rio Cuiabá sabiam que existia corrupção no VLT. Mas se o Ministério Público não tinha comprovação, por que eu teria? A Assembleia, o Tribunal de Contas, ninguém sabia. Essas coisas eu não sabia e não tinha obrigação de saber, porque eu não era mais procurador da República. Agora, por que eu não terminei o VLT o erro é meu? Erro é de quem quis fazer, que roubou no trilho, que montou empresa fantasma para ganhar dinheiro do Estado. Isso foi crime”.

Para terminar os 45% que faltam para concluir o VLT, o Executivo decidiu realizar um novo edital, na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), para que seja contratada uma empresa ou um conjunto delas (consórcio).
 
VLT
 
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.
 
Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
 
Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.
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