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Em 50 dias, bandidos conseguiram roubar R$2 mi com golpes de compra e venda de veículos na internet

Da Redação - Fabiana Mendes

A Polícia Civil concluiu na última semana (13), o inquérito da Operação Call Center, que investigava 21 suspeitos de aplicar golpes em compra e venda de veículos na internet. As prisões foram cumpridas em Cuiabá e Cascavel. As investigações apontaram que em 50 dias, os suspeitos roubaram R$2 milhões com golpes de compra e venda de veículos através da internet. O delegado que coordenou as investigações, Matheus Zanatta, classifica a operação como uma a maior do país em fraudes de plataforma digital.

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"Os bandidos comandavam tudo de dentro da Penitenciária Central de Cuiabá. Quarenta pessoas foram interrogadas e admitiram o crime e que a estrutura da organização era complexa. Se tratava de uma verdadeira organização criminosa, que tinha uma estrutura com divisão de tarefas, cada pessoa tinha sua tarefa nessa organização criminosa”, explicou o delegado ao G1 Piauí.
 
De acordo com informações locais, os suspeitos foram indiciados por falsidade ideológica por causa dos perfis na internet, estelionato e organização criminosa, com o agravante de que os coordenadores planejavam toda a ação e porque usavam uma menor de idade para fazer os saques.
 
“Nós fizemos aproximadamente 40 interrogatórios em duas semanas em Cascavel e o que chama atenção que todas as pessoas, sem exceção, confessaram o crime, que faziam as movimentações bancárias e outras que cooptavam pessoas para fazer isso”, contou o delegado. “As pessoas recebiam o dinheiro do golpe na parte da manhã ou perto do almoço, transferiam pequenos valores para várias outras contas e todo mundo sacava ao mesmo tempo”, explicou à reportagem local. 

A investigação se iniciou no dia 12 de maio, depois que uma pessoa foi vítima da quadrilha no Piauí. Além disso, os mandados de busca e apreensão foram expedidos também no estado. No Brasil, a polícia identificou cerca de 25 vítimas, enquanto no Piauí, 16 golpes foram evitados.

Como funciona? 

Os bandidos se aproveitam do anúncio de um carro em sites de venda para esquematizar o crime. Para obter êxito, pede um adiantamento e as duas vítimas só descobrem que foram lesadas quando se encontram.
 
Uma fonte da polícia ouvida pelo Olhar Direto explicou como funciona o esquema. De dentro da cadeia, o preso procura por anúncios de carros sendo vendidos em sites pela internet. Quando encontra, pega as fotos e todas as características para fazer um anúncio falso, só que com valor abaixo do original.
 
Quando a pessoa se interessa, o bandido diz que pegou o carro de uma dívida e por isso está vendendo abaixo do valor. No mesmo instante, combina com o dono do veículo original um encontro para pegar o carro ou motocicleta.
 
A vítima que procurou o criminoso pelo anúncio falso é induzida a pegar o veículo do vendedor original, com uma desculpa dada pelo bandido: “Eles dizem que a pessoa que vai buscar é um parente ou funcionário. Desta pessoa, eles pedem um adiantamento para garantir o negócio e fazem com que elas vão até o local. É só neste momento que os dois descobrem que são vítimas de um golpe”, disse a fonte ouvida.
 
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