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Após prometer resposta nas urnas, Pátio ameniza crise com grupo de Taques: "faz parte do processo"

Da Redação - Érika Oliveira

O presidente do Solidariedade em Mato Grosso, prefeito de Rondonópolis Zé Carlos do Pátio, suavizou o tom de seu discurso com relação à divisão do “chapão” das candidaturas proporcionais da coligação encabeçada pelo governador Pedro Taques (PSDB). Após incitar a militância de seu partido e prometer “dar a resposta nas urnas” caso os candidatos do SD fossem isolados, Pátio justificou que o discurso acalorado faz parte do “processo democrático” e garantiu que a crise foi superada. O prefeito, no entanto, sequer participou da reunião que redefiniu as chapas proporcionais.

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“Isso faz parte do debate, do processo democrático. A nossa coligação está unida em torno do projeto que é a eleição do nosso candidato a governador e os nossos candidatos a senadores. E o partido está unido para eleger os nossos deputados estaduais e federal. E tudo isso faz parte do processo”, disse Zé do Pátio, nesta terça-feira (07), em entrevista ao Olhar Direto.

No último domingo (05), logo após a convenção que lançou Pedro Taques como candidato à reeleição pelo grupo ao qual o Solidariedade faz parte, Zé do Pátio dirigiu-se à militância do partido e afirmou que a cúpula da chapa de Taques estava tentando sabotar a candidatura a deputado federal de Leonardo Albuquerque (SD).

O desconforto entre os aliados do governador era nítido durante a convenção. Além de Zé do Pátio, o presidente do PPS, pré-candidato a deputado federal Marco Marrafon, também se disse prejudicado com composição da chapa que estava sendo proposta.

“Vocês estão me vendo com a cara de contrariado durante toda a convenção, e eu não podia deixar desabafar. Eu nunca fiz política escondendo as coisas que acontecem nos bastidores. Eu não aceito o que eu estou vendo. Eles podem querer esvaziar o nosso projeto, mas quem vai fortalecer esse projeto é a nossa militância”, disse Zé do Pátio.

A reportagem do Olhar Direto vem tentando contato com todos os envolvidos na questão desde o domingo, mas somente Zé do Pátio atendeu as ligações. O deputado Leonardo Albuquerque se comprometeu a falar sobre o assunto após a sessão plenária desta terça-feira, mas acabou justificando via assessoria de imprensa que precisaria desmarcar a entrevista, pois teria outro compromisso. Marco Marrafon, assim como o deputado Victório Galli (PSL) e o presidente do PSDB, Paulo Borges, também não deram retorno às ligações.

“Chapão” dividido

As lideranças dos partidos que compõem a coligação de Pedro Taques se reuniram na residência do governador, no Condomínio Florais Cuiabá, ainda no domingo, mas a conversa serviu para definir apenas as candidaturas a deputado estadual.

Conforme apurou a reportagem, as chapas para deputados estaduais na coligação de Taques foram dividas em quatro grupos: PSL e PSDB seguirão avulsos, PPS e PSB irão coligar, e uma quarta chapa foi formada com pelo SD junto da ‘Frentinha’, composta por PRP, PRTB, DC, Avante e Patriota.

A chapa para deputados federais foi dividida em três blocos, com PPS, PSDB, SD e PSB de um lado; e o PSL e os partidos da ‘Frentinha’ de outro, com exceção do PRTB que formará chapa avulsa.

PSL, Solidariedade e Frentinha

Conforme noticiou Olhar Direto no sábado (04), a crise das chapas proporcionais se estende à ‘Frentinha’, PSL e Solidariedade. Isso porque o PSDB adotou a estratégia de dividir o “chapão” e colocar PSL e Solidariedade de um lado e PSDB e PPS do outro. Para alguns aliados, o plano prejudica a candidatura a reeleição de Victório Galli (PSL) e Doutor Leonardo (Solidariedade).

PSL, Solidariedade e ‘Frentinha’ desejam um chapão com todos partidos, para que o grupo faça o maior número de deputados federais possível. Reunião recente realizada com o governador não acalmou em nada os ânimos. Fonte ligada à Frentinha confidenciou à reportagem que além de a estratégia ferir o interesse de aliados, a maneira com a qual Taques tratou os partidos menores foi vista como grosseira e desrespeitosa.
 
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