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Ossadas que podem ser de homens decapitados por facção criminosa são encontradas

Da Redação - Isabela Mercuri

Um senhor contratado para roçar um terreno na estrada Coxipó Mirim encontrou, na última quinta-feira (6), restos mortais que podem ser do mototaxista Reinaldo Ribeiro de Barros e de Rubens Eloy da Silva, assassinados e decapitados em fevereiro deste ano por membros de uma facção criminosa. Eles estavam envolvidos no caso da grávida Viviane da Silva Ângelo, de 18 anos, encontrada morta no dia 18 de fevereiro após ser torturada e assassinada. O sumiço foi denunciado no dia 25 de fevereiro.

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De acordo com informações da Polícia Judiciária Civil (PJC), a equipe da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) foi acionada, via Ciosp, para atender uma ocorrência de encontro de ossada de duas vítimas, depois que os restos mortais foram localizados pelo senhor que roçava o terreno.

Além das ossadas, foi encontrada no local uma carteira com um boletim de ocorrência de extravio de documento em nome de Reinaldo Ribeiro Barros. A equipe que trabalhou no local deo crime entrou em contato com a equipe que investiga as duas mortes, que subsidiou a ação com informações e vídeos da execução.

Foram requisitadas as perícias devidas, inclusive exame de confronto de DNA, para confirmar a identidade das vítimas, já que, pelas vestimentas e acessórios, todas as características indicam que os corpos seriam mesmo de Reinaldo e Rubens.

Entenda o caso

Reinaldo e Rubens foram apontados por uma facção criminosa, em vídeos espalhados na internet, como sendo os responsáveis pela morte da jovem Viviane da Silva Ângelo. No entanto, em março ,a Polícia Civil prendeu o real mandante do crime.
 
O caso é investigado pela delegada Alana Cardoso, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil confirmou que já foi instaurado um inquérito sobre o caso dos dois homens, mas que segue em sigilo.

Em vídeos espalhados pela internet em fevereiro deste ano, uma facção criminosa gravou a decapitação das duas vítimas. Em outros vídeos, eles interrogavam os homens. Um deles, um mototaxista identificado como “Reinaldo”, contou que buscou a jovem no dia de seu desaparecimento e que ouviu ela recebendo uma ligação de um homem chamado “Mateus”. Quando chegou ao destino da jovem, ele contou que foram abordados por um homem conhecido como “zulu”.

A outra vítima, em outro vídeo, ao ser questionado pelos criminosos, confessou ser o mandante do crime e que apenas ele e “zulu” sabiam do caso. O homem também contou que sua motivação foi por ciúmes. Em um terceiro vídeo os criminosos gravam a decapitação dos dois homens.

Em março deste ano, no entanto, a Polícia Civil prendeu Mateus Rodrigues Pinto, conhecido como ‘Batata’, no bairro Quilombo, na Capital. As investigações apontaram que ele seria o mandante do assassinato de Viviane. Mateus seria ex-namorado dela e o crime teria acontecido por conta de ciúmes.

O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, Diogo Santana Souza, em entrevista ao Olhar Direto, afirmou que as forças de Segurança Pública têm feito um trabalho constante de combate às facções criminosas.

“Sempre batemos na tecla de que o enfrentamento a organizações criminosas tem que ser constante e contundente. Não nos iludimos achando que uma grande operação vai resolver os problemas aqui. Fazemos uma ação já pensando na outra. Precisamos atacar em várias frentes, procurando desarticular. Apreendendo armas, munições, entorpecentes”, disse Santana.

Nos primeiros meses do ano diversos vídeos de uma facção criminosa foram espalhados pela internet. A Polícia Civil, após investigações, prendeu vários dos envolvidos e dos atores dos vídeos. O delegado Diogo afirma que as ações da polícia são importantes e mostram aos criminosos que a autoridade em Mato Grosso é o Estado e não as facções.

“Sabemos que nossas ações incomodam o crime organizado, mas temos que mostrar, por meio de ações firmes e fortes, que quem manda no estado são as forças de segurança pública. Não temos aqui em Mato Grosso, implantado, um poderio de organização criminosa que possa enfrentar o estado”.
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