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Doutor em Física explica porque pessoas levam choque e soltam faíscas com o tempo seco

Da Redação - Wesley Santiago

Nos últimos dias, a umidade relativa do ar em Cuiabá tem ficado abaixo do nível do deserto do Saara [que possui uma média entre 10% e 15%]. Por conta disto, é comum que as pessoas comecem a levar choques quando tocam em outras ou objetos. O professor doutor em Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Edson Chagas, explica ao Olhar Direto que o tempo seco contribui para que a carga adquirida pelo corpo não se dissipe facilmente, o que acaba contribuindo para o fato.

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“A questão é que as cargas elétricas se acumulam. Quando o tempo está úmido, a carga vai embora no próprio ar. Porém, quando está muito seco, permanecem no nosso corpo ou nos objetos, principalmente nestes últimos dias em que Cuiabá chegou a níveis baixíssimos”, explicou o professor.
 
O professor ainda acrescentou que algumas pessoas são mais propensas a isto. Também depende do tipo de pele, se é mais oleosa, seca, entre outras. Isso contribui para o acúmulo das cargas.
 
“Tomar choque, na verdade, é uma troca de cargas. Se você estiver com falta e chegar próximo a alguma coisa metálica, vai ceder elétrons. Então, sai uma fagulha. Pode acontecer entre duas pessoas. Acontece que, antes de tocar, você induz carga na pessoa. Por fim, os dois acabam sentindo o efeito”, comentou Edson Chagas.
 
A principal dica para descarregar o corpo é ficar descalço e pisar no chão ou tocar em outros objetos. Segundo o professor, o ‘choque’ é apenas uma pequena descarga, que tem o mesmo princípio do raio, mas em uma escala infinitamente menor, sem causar risco à saúde. O susto acaba sendo maior que o efeito, conforme ele.
 
“Me lembro de uma vez da minha esposa no mercado, ela chegou próximo a algo metálico e dava para ver. É a mesma coisa do edredom quando você está no quarto. Com as luzes apagadas fica mais fácil ver, quando passa a mão no lençol, você está eletrizando. Então é possível ver o fagulho”, disse o professor.
 
Por fim, o Doutor em física acrescenta que a tendência desta carga é sair do corpo: “Acontece antes mesmo das pessoas se tocarem. A troca de cargas só gera o susto, não traz nenhum risco. É algo até normal”.
 
Umidade baixa
 
A umidade do ar em Mato Grosso se compara aos níveis do deserto do Saara [que possui uma média entre 10% e 15%]. O período é propenso a incêndios urbanos e florestais. Ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz são alguns das sensações nestas condições.
 
A umidade relativa do ar A umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela é um dos indicadores usados na meteorologia para se saber como o tempo se comportará.
 
O curioso é que mesmo quando a temperatura está baixa (mais ou menos 24ºC), se a umidade relativa do ar for muito alta, você sente calor do mesmo jeito, porque o suor evapora de sua pele com mais dificuldade o que faz com que a sensação térmica seja mais alta. Da mesma forma, se estiver muito quente e a umidade relativa do ar muito baixa, você conseguirá suportar até 37ºC sem passar mal porque seu suor evaporará mais rápido resfriando seu corpo.
 
Calor
 
A capital mato-grossense bateu mais uma vez o recorde de calor. Desta vez, os termômetros atingiram a máxima de 40,8°C na última segunda-feira (10), quebrando o recorde de 40,2°C, registrado no dia anterior, domingo (9).
 
Chuva
 
A tão esperada chuva pode voltar a cair em Cuiabá nos próximos dias. Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), que é ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a precipitação pode acontecer no próximo final de semana (sábado e domingo).
 
No próximo sábado (15), a expectativa é que as temperaturas variem entre 22ºC e 36ºC. A possibilidade de pancadas de chuva é de 53%, conforme a previsão. No domingo, a chance de precipitação sobe para 80%. Nesta data, os termômetros também devem repetir os mesmo números do dia anterior.
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