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Mato Grosso tem 297 leitos de UTI pelo SUS; índice permanece abaixo do ideal

Da Redação - Fabiana Mendes

O Estado possui 297 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.  De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), que mapeou a distribuição dos leitos de UTI entre os estados e as capitais, os números revelam um cenário que aflige milhares de médicos diariamente: hospitais com alas vermelhas superlotadas, com pacientes à espera de infraestrutura apropriada.
 
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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Mato Grosso possui 3.344.544 habitantes e 297 leitos do SUS, que correspondem a 0,89 leito para cada 10 mil habitantes. Os dados também mostram que existem 580 leitos em hospital privados, o que significa 10,63 leitos para cada 10 mil beneficiários.
 
Embora a portaria tenha sido revogada (portaria nº 1.631/2015), o parâmetro continua sendo referenciado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), que aponta como proporção ideal um índice de 1 a 3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes.
 
Segundo o levantamento do CFM, o País conta atualmente com 2,13 leitos de UTI (públicos e privados) para cada grupo de 10 mil habitantes. Em Mato Grosso, o índice permanece abaixo do ideal mesmo se considerados os leitos privados disponíveis.
 
Segundo o 1º secretário e coordenador da Câmara Técnica de Medicina Intensiva do CFM, Hermann von Tiesenhausen, as mudanças epidemiológicas dos últimos anos demandam o empenho dos gestores púbicos. "A infraestrutura de saúde do País precisa acompanhar, na velocidade e em proporção, as necessidades da população. Só as internações pelas chamadas causas externas – acidentes e violências – aumentaram cerca de 25% nos últimos oito anos, sendo que os acidentes de trânsito aumentaram 30% neste mesmo período", destacou.
 
Estudos estimam que 60% dos leitos de UTI são ocupados por pacientes acima de 65 anos de idade e que o tempo médio de permanência desse grupo é sete vezes maior que o da população mais jovem. Desde 2010, o número de idosos a partir desta faixa etária saltou quase 40%, passando de 13,3 milhões naquele ano para 18,4 milhões em 2018.
 
Além do maior risco envolvendo a população idosa, o conselheiro lembra que estudos epidemiológicos coordenados pelo Instituo Latino Americano de Sepse (ILAS) apontam que cerca de 30% dos leitos das unidades de terapia intensiva no País são ocupados por pacientes com sepse.
 
"Conhecida como infecção generalizada ou septicemia, a doença leva milhares de brasileiros à internação todos os anos. Ora, estamos falando de uma única doença, que nos últimos oito anos aumentou em 52% o número internações", criticou. Para ele, a complexidade envolvida no tratamento intensivo exige planejamento, investimento e capacitação de equipes, a fim de preservar a qualidade e a segurança nos cuidados necessários. 
 
 
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