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MPF investiga ataque de índios e madeireiros à sede da Funai que terminou com um morto

Da Redação - Wesley Santiago

O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF/MT), por meio de sua unidade em Juína, informou que instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar o conflito entre um grupo de índios e madeireiros que atacaram uma base de proteção a indígenas isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai), localizada em Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá), na noite da última quarta-feira (10).

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De acordo com as informações que chegaram até o MPF/MT, um grupo de homens, entre eles indígenas e madeireiros teriam ido até a base da Funai de proteção aos índios isolados da terra indígena Kawahiva do Rio Pardo. Em seguida, teria ocorrido um tiroteio, resultando na morte de uma pessoa, que supostamente seria um indígena.
 
Por meio de nota, o MPF informou que já se reuniu com a Polícia Federal em Mato Grosso, de forma urgencial, para tratar do caso.
 
O caso
 
Uma pessoa morreu e outra ficou ferida após um ataque contra uma base de proteção a indígenas isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai), localizada em Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá), na noite da última quarta-feira (10). O fato só foi confirmado nesta quinta-feira (11) pela sede do órgão em Brasília (DF). As informações são da Folha de S. Paulo.

 
Ainda há informações desencontradas sobre se o morto é indígena ou madeireiro da região. O ferido é um indígena e foi levado para um hospital em Juína, segundo a Polícia Militar de Colniza.
 
As informações iniciais apontam que o ataque ocorreu depois que um morador da região conhecido como "Francisco Arara", que se apresenta como indígena, organizou um grupo de pessoas armadas, incluindo muitos índios, e avisou por aplicativo de telefone celular que atacaria a base da Funai na noite de ontem.
 
A ameaça foi informada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Federal (PF), mas o reforço não chegou a tempo. O grupo deu deu vários tiros contra a base, onde sete funcionários do órgão buscaram proteção. Eles reagiram também com armas de fogo.
 
Os servidores primeiro atiraram para o alto, mas o ataque não cessou. Depois os tiros foram dados na direção dos atacantes. Um deles morreu no local. Segundo a Folha de S. Paulo, que foi quem divulgou o caso, Francisco - que afirma ser indígena da etnia arara - exige posse sobre um pedaço da terra indígena da etnia de índios isolados conhecida como kawahiva do Rio Pardo, de 412 mil hectares.
 
Região complicada
 
A chacina na Gleba Taquaraçu aconteceu em 2017, no município de Colniza. Ao todo, foram confirmadas nove mortes, sendo três pessoas de Rondônia e três do distrito de Guariba.
 
As vítimas foram identificadas por equipe da Politec, são elas: Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26 anos, Samuel Antônio da Cunha, 23 anos, Francisco Chaves da Silva, 56 anos, Aldo Aparecido Carlini, de 50 anos, Edson Alves Antunes, 32 anos, Valmir Rangeu do Nascimento, 55 anos e Sebastião Ferreira de Souza, 57 anos, que era pastor da Assembleia de Deus.
 
No fim do ano passado, o prefeito de Colniza, Vando Colnizatur (PSB), foi executado dentro do próprio carro, na cidade. O homicídio aconteceu na região central da cidade, à luz do dia. Os criminosos se aproximaram em um carro ainda não identificado, fizeram uma série de disparos e conseguiram fugir.
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