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Candidato a vice de Taques defende permanência de governador na vida pública: fez muito por MT

Da Redação - Érika Oliveira

Enquanto o governador Pedro Taques (PSDB) se recupera “física e emocionalmente” da derrota nas eleições ao Governo do Estado deste ano, seu candidato a vice, o produtor rural Rui Prado (PSDB), retoma aos poucos a vida no campo, nos negócios e também na política. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, a primeira desde o dia 07 de outubro, o tucano avaliou a campanha do PSDB em Mato Grosso, criticou aliados que em sua opinião foram “promíscuos” e “fundamentais” para a derrota de seu grupo e defendeu a continuidade de Taques na política.

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“Foi uma campanha difícil, de baixo orçamento, muito rápida. Acabamos não conseguindo ir a municípios muito importantes do estado, como Sinop, por exemplo. Mas eu acredito que lá na frente a população vai enxergar tudo o que esse Governo fez” disse Rui Prado, acrescentando uma das principais autocríticas da base governista, de que a comunicação não foi eficiente.

Rui Prado dispensa a pecha de “bombeiro" de Taques, a ele atribuída em função de seu anúncio tardio como candidato a vice-governador. Antes dele, o chefe do Executivo havia acenado para Adilton Sachetti (PRB), para o ex-governador Rogério Salles e para o vice-prefeito de Lucas do Rio Verde, Silvio Favero (PSL).

A chapa integralmente tucana só foi formada no dia da convenção do PSDB, em 04 de agosto. Minutos antes da chegada de Pedro Taques ao Hotel Fazenda Mato Grosso, onde era realizado o ato, o nome de Rui Prado ainda gerava dúvidas.

“É preciso que fique claro, essas conversas já aconteciam há algum tempo. Eu tinha uma candidatura muito bem encaminhada para deputado federal, a qual eu sacrifiquei em nome do partido, em nome daquele projeto. Não era algo para se decidir de uma hora para outra", relembrou.

À época, a candidatura de Rui Prado como vice teria entre seus objetivos trazer votos do agronegócio, setor ao qual ele é diretamente ligado. No entanto, os tucanos acabaram amargando o terceiro lugar destas eleições, somando pouco mais de 270 mil votos, 500 mil votos a menos que o primeiro colocado, o governador eleito Mauro Mendes (DEM).

Além de perder as majoritárias, o PSDB registrou um encolhimento considerável. Passou a contar com apenas dois deputados estaduais e não conseguiu eleger nenhum federal. Rui Prado culpou àqueles que chamou de “promíscuos”, que para ele estariam entre os principais responsáveis também pela derrota do candidato ao Senado Nilson Leitão (PSDB).

“Eu penso da seguinte forma: é claro que todos são livres para apoiar quem quiserem, mas existe um tempo certo para tudo. Se você está fechado com um grupo, com um projeto e no meio do caminho você abandona para apoiar outro, isso é traição. Para mim, essas pessoas foram promiscuas. É isso que se chama de promiscuidade na política”, criticou o produtor, que por enquanto não cogita deixar a sigla.

Passada a campanha, apesar da derrota, Rui Prado não pensa em deixar a política. “Ainda é cedo para dizer se vou disputar algum cargo, mas certamente isso irá acontecer. Ainda não sei quando. Até lá nós temos uma reestruturação profunda a se fazer no PSDB e eu faço parte do Diretório. Então, nos próximos dias, devemos nos reunir e traçar os próximos passos”.

É o mesmo que ele deseja para Pedro Taques. Segundo Prado, a “ressaca eleitoral” do governador deve ser respeitada. “Eu já estive com ele algumas vezes, mas não fizemos nenhum balanço da eleição. Não é o momento, ainda vamos nos reunir exclusivamente para tratar disso. O Pedro está bem, está descansando de uma campanha muito difícil em vários aspectos. Mas está tudo certo”, contou.

“Não acho que seja o fim. Ele é um homem de uma carreira respeitável foi procurador, senador, governador de um Estado. Tenho certeza que ele irá continuar na política de alguma forma, porque isso é dele, da pessoa dele. E eu acho que é isso mesmo que ele tem que fazer, porque ele ainda tem muito a oferecer para a sociedade, para Mato Grosso”, completou.
 
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