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Ao custo de R$ 4,8 milhões, Arena Pantanal acumula lixo e serve de moradia para andarilhos; veja fotos e vídeos

Da Redação - Thaís Fávaro

A Arena Pantanal -  construída para sediar quatro jogos da Copa do Mundo no Brasil em 2014 - custa todos os meses a bagatela de R$ 400 mil para sua manutenção e, na prática, quem visita o local percebe  muita sujeira e abandono. Os R$ 4,8 milhões para o custeio ao longo de ano não evitaram que parte do local se transformasse em criadouros de mosquitos. No total, a construção do complexo custou aos cofres públicos R$ 628 milhões.

A área também serve como espaço de moradia para população em situação de rua. Boa parte da área externa também apresenta problemas com a limpeza e jardinagem, colocando em risco, quem usa o local para lazer ou fazer caminhadas mediante o risco de assaltos.

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O Olhar Direto esteve no local na última semana e constatou a real situação de abandono em que se encontra o perímetro. Vidros  de proteção e algumas das barras de ferro das escadarias estão quebradas, isso sem contar que em uma pequena caminhada é possível se deparar com uma enorme quantidade de lixo e água parada. Também não é dificil perceber que a manutenção é precária. 



O espaço, que desde 2017 abriga a primeira a Escola Estadual Governador José Fragelli também é uma ameaça à saúde dos alunos e dos profissinais que ali atuam. No total, são doze salas de aulas distribuídas para estudantes do  ensino fundamental e primeiro ano do médio.

A Secretaria Adjunta de Esporte e Lazer de Mato Grosso (Sael-MT), responsável pela manutenção da Arena, afirmou que já tem conhecimento dos problemas e que será providenciado o reparo nas ações periódicas de manutenção, orienta ainda a  população quanto a preservação do local e reafirma que os andarilhos no entorno do estádio são de responsabilidade da prefeitura.

No vídeo gravado pelo repórter fotográfico do Olhar Direto Rogério Florentino, é possivel ver que a estrutura de madeira está comprometida pela acumulo de água na parte inferior, tornando grande o risco de acidente para quem precisa passar pelo local.




População em Situação de Rua

O entorno do estádio ainda serve de moradia para diversos desabrigados que se alojam com colchões e cobertas entre os estacionamentos e escadarias do local, tornando-o inseguro tanto para quem frequenta para a pratica de esportes como até mesmo para quem precisa passar pelo local.



Uma moradora da região, que não quis se identificar, disse que a sensação de insegurança é muito grande e a impede de passar pelo local, pois o risco de assalto é diário, “Eu moro muito perto da Arena mas tenho muito medo de passar por lá, principalmente sozinha, mesmo com dois batalhões de polícia lá não resolve nada pois sabemos que os assaltos são constantes, não dá para passar por lá nem acompanhada”, afirma.



A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria Adjunta de Esporte e Lazer de Mato Grosso (Sael-MT) que reiterou por meio de nota que está em dia com os compromissos assumidos com a manutenção do local, mas afirma que alguns cuidados podem e devem ser tomados pelas pessoas que frequentam o local como o descarte indevido de lixo.

Confira a nota na integra: 
 
A Secretaria Adjunta de Esporte e Lazer de Mato Grosso (Sael-MT) informa que é responsável pela manutenção do Complexo Esportivo Arena Pantanal, que engloba o Arena Governador José Fragelli, o Ginásio Poliesportivo Professor Aecim Tocantins, a piscina olímpica, as quadras de areia, o Palácio das Artes Marciais Iusso Sinohara e a área externa da Arena Pantanal. 
 
1) A Arena Governador José Fragelli tem custo médio mensal de 400 mil reais. Valor referente a gastos com energia elétrica e manutenção. 

2) O custo médio mensal atual da Arena Pantanal é cerca de 30% menor em comparação com anos anteriores. Essa redução foi fruto de ações de fiscalização e combate ao desperdício de energia elétrica. 

3) O Complexo Esportivo Arena Pantanal recebe limpeza periódica e possui cerca de 60 lixeiras em toda sua extensão. Porém, devido ao grande fluxo de transeuntes, não permanece limpo por muito tempo. E, por causa disso, a secretaria clama à consciência da população para que descarte o lixo nas lixeiras. 

4) Com relação as poças d'agua, a secretaria esclarece que são formadas quando há longos períodos de chuva, como foi o caso dos últimos dias.  

5) Com relação a vidraça quebrada, a secretaria informa que está ciente e incluirá a reposição em alguma das ações periódicas de manutenção.

A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal que informou já  ter um projeto para as pessoas em condições de vulnerabilidade social e em breve fornecerá detalhes das ações a serem empregadas.