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Cotado para assumir cargo político na Assembleia, Zé Domingos diz não saber o que fazer caso deixe vida pública

Da Redação - Érika Oliveira

Filmado pelo ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa recebendo dinheiro, o deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) decidiu não concorrer a cargos eletivos este ano e, embora seja cotado para assumir a Secretaria de Articulação Institucional - pasta estudada para o acompanhamento orçamentário dos parlamentares -, afirmou que ainda não sabe quais rumos dará a sua vida caso deixe, definitivamente, a vida pública.

Engenheiro agrônomo de formação, Zé Domingos está prestes a encerrar seu terceiro mandato consecutivo como deputado estadual. Foi secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso, na extinta Sedraf, durante governo de Silval, vereador e prefeito da cidade de Sorriso por três vezes, e hoje acumula mais de 20 anos na vida pública.

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“Eu não sei o que fazer ainda. Não sou industrial, tenho uma pequena propriedade em que eu mais gasto do que eu tiro. Eu preciso fazer alguma coisa, mas o que eu vou fazer eu ainda não sei. Eu espero que Deus me dê a luz necessária e que eu possa ter o respeito da sociedade, das lideranças públicas desse Estado e do setor empresarial, em função do trabalho que eu desenvolvi na minha vida pública durante esses 27 anos”, afirmou o deputado, em entrevista recente para a reportagem do Olhar Direto.

Após a ampla divulgação das imagens que foram entregues por Silval Barbosa à Justiça, como parte de seu acordo de colaboração premiada, Zé Domingos argumentou que o dinheiro recebido nas imagens entregues por Silval Barbosa seriam referentes a dívidas de campanha e, não a propina, conforme delatou o ex-governador.

Tão logo alguns trechos dos vídeos foram divulgados, o deputado chegou a emitir nota por meio de sua assessoria de imprensa, dizendo que não se reconhecia nas imagens. Posteriormente, com a veiculação completa das gravações – incluindo áudios em que Zé Domingos sugere esconder o dinheiro na meia -, o parlamentar se isolou.

“Eu chorei. Chorei porque eu tive a felicidade de ser prefeito por 12 anos, estou no meu terceiro mandato de deputado e durante toda a minha vida pública nunca tinha sido vítima de uma armação como essas. Foi uma armação, totalmente premeditada, quem sabe já pensando numa delação premiada, até para poder socializar os prejuízos causados ao Estado. Isso realmente me machucou, me machucou muito, mas eu tenho que ter a hombridade de buscar realmente tomar conhecimento dessa questão para que eu possa me defender, só me resta isso”, defendeu-se o deputado, à época.

Já no início deste mês, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), que pretende disputar a reeleição no ano que vem, admitiu que Zé Domingos, mesmo sem mandato, poderá presidir a Secretaria de Articulação Institucional.

Botelho citou o amplo conhecimento técnico que Zé Domingos possui quanto ao orçamento da Casa de Leis, mas explicou que ainda é cedo para bater o martelo sobre a escolha do titular da pasta.

Questionado sobre a possibilidade de assumir a Secretaria, Zé Domingos foi ponderado. “Eu não fui sondado pela presidência e acho que nós temos aqui vários deputados capazes. E eu não sei se está reservado para deputado também”.
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