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Prefeitura desocupa grilo em bairro de Cuiabá e retira 40 pessoas; fotos e vídeos

Da Redação - Wesley Santiago

A prefeitura realizou, na manhã desta quinta-feira (10), uma desocupação em uma área que é parte pública e parte privada, no bairro Jardim Bom Clima, em Cuiabá. Ao todo, aproximadamente 40 pessoas viviam na área. Moradores da região reclamam que a área estava abandonada e provocando uma infestação de animais peçonhentos. Segundo o município, os invasores todos têm casas na região e fizeram a ocupação como forma de “especulação imobiliária”.

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“Esta é uma invasão recente, que conjuga área pública (existe uma rua projetada) e uma parte de área particular. Há pouco menos de 30 dias, aproximadamente 40 pessoas invadiram e montaram seus barracos na tentativa de ficar na área. Nós fomos acionados, através de inúmeras denúncias, principalmente de moradores da região, para fazer a retirada”, disse o secretário de Ordem Pública de Cuiabá, coronel Leovaldo Salles, ao Olhar Direto.
 
O coronel ainda acrescentou que o local virou uma área de risco, já que estava abrigando pessoas com tornozeleira e sendo usada de forma indevida. O município levou em conta o fato de parte da área ser pública para fazer a desocupação e sugeriu que os que se sentirem prejudicados entrem na Justiça para cobrar seus direitos.


 
“Tivemos a disponibilidade do maquinário, concentração do nosso contingente disponível e planejamos a operação no sentido de chegarmos em um horário onde os invasores não estavam. Os barracos estavam desocupados, esta invasão era uma proposta de especulação imobiliária. Todos eles tem casas aqui na região, inclusive na frente. Agimos com a rapidez necessária”, acrescentou o coronel.
 
Salles ainda aproveitou para fazer um balanço da atuação da pasta durante os dois primeiros anos da gestão de Emanuel Pinheiro (MDB): “Temos feito várias desocupações durante toda a gestão. Nestes dois anos da administração devolvemos muito mais terrenos invadidos do que a gestão anterior. Existe uma resistência daqueles que investiram comprando madeiras, lonas plásticas, mas é pouco. Por isso nós temos este trabalho de fazer o trabalho logo no início”.
 
Por fim, o secretário garante que os proprietários das áreas invadidas serão notificadas para a construção de um muro e também para que mantenham a área limpa.
 
Moradores
 
Luis Agusto, que é filho de uma das pessoas que montaram barraco na área, disse à reportagem que “este bairro aqui tem mais de 21 anos. Esta suposta dona do terreno nunca apareceu. Falaram que foi reservada a área para um campo de futebol também, com uma praça. Não mostraram documento em momento nenhum, chegou desmanchando o barraco do pessoal. Nunca limparam aqui. Os moradores da rua é que pagam pra limpar”.
 
“Uns moram de aluguel e outros com a família. Viram a oportunidade e entraram aqui. Todo cidadão tem direito a moradia, mas isso não acontece. Eles tinham que trazer um papel para cadastrar estas pessoas que estavam aqui. Tem gente com filho. Eles chegaram dizendo que são a lei e o juiz, como que vamos discutir com alguém assim?”, completou Luis.


 
Vanda, que tem uma casa em frente ao terreno, também criticou o abandono do local: “Quero saber se a partir de hoje vão prometer que irão limpar e cercar. Quem está sendo prejudicado com tudo isto dai, somos nós. É rato, cobra, escorpião que entra na nossa casa por conta desse mato. A partir de hoje, quero ver se vai ficar tudo cercado. Tem muito pernilongo, lixo, carro que roubam e deixam escondido nesse local.  Não sou contra e nem a favor, mas quero que fique limpo. Nunca que essa proprietária apareceu aqui. Se tivesse dono, estaria cercado, sem este mato”.
 
Lucimar Reis de França, uma das moradoras, também criticou a desapropriação: “Não era para fazer isto, chegar metendo máquina e derrubando. Não deixaram a gente retirar as coisas. Não concordo com isto, está errado. Depois de 21 anos aparece um dono? Aqui era desmanche de carro e motocicleta. Agora que entrou família querem fazer essa barbaridade?”.
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