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Vazamentos em rio da Grande Cuiabá continuam e perícia tenta identificar origem

Da Redação - Wesley Santiago

Os peritos da Gerência de Perícias de Meio Ambiente da Politec irão, nesta quinta-feira (31), buscar encontrar outras fontes poluidoras que despejam rejeitos no rio Bento Gomes, em Poconé (109 quilômetros de Cuiabá). Apesar de dois pontos de despejo já terem sido interrompidos, os vazamentos ainda continuam.

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Os profissionais identificaram dois pontos de lançamento de resíduos na última sexta-feira (25), que já foram interrompidos. Ambos localizados em taludes, um onde eram armazenados rejeitos de garimpo e outro em um tanque de piscicultura.
 
“Estamos percorrendo todo o leito do rio desde o ponto de captação de água para abastecimento. Verificamos que apesar da contenção dos despejos anteriores, ainda há vestígio de poluição, com grande volume da água ainda apresentando a coloração diferente. Estamos buscando outros pontos de emissão que está influenciando na característica atual da água”, explicou a perita criminal Rosangela Guarienti Ventura.
 
As análises feitas no local descartam a hipótese de poluição orgânica, ou que tenha sido provocada por atividades industriais, pois a água não apresenta odor característico. Os peritos utilizam uma sonda para a medição dos sólidos totais, do oxigênio dissolvido, PH, temperatura e turbidez da água, que demonstrou alterações nas características da amostra.
 
“Os dois primeiros pontos de emissão de poluente são no local onde é feita a extração mineral, que é uma atividade econômica comum na região. Na sequencia, e como plano de recuperação da área degradada é feita piscicultura na escavação. Estamos indo contra o rio na porção atingida onde há a divisão da água limpa da região com a outra turva, possivelmente uma diluição da lama da extração mineral, na tentativa de encontrar outros possíveis pontos de emissão”, afirmou Rosangela.
 
No local, são realizadas imagens com drone, medições da qualidade da água, e da área atingida, percurso em solo e também pelo corpo hídrico atingido.



Vazamentos

O resultado preliminar da investigação feita no Rio Bento Gomes no município de Poconé (109 quilômetros de Cuiabá), que apresentou uma ‘coloração estranha’, é composto por sedimentos e não é oriundo de barragem de rejeitos de minérios. A denúncia foi feita na última sexta-feira (25), à prefeitura e causou temor na população.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), as investigações estão sendo feitas desde sexta-feira. Os fiscais identificaram, tanto por sobrevoo com o apoio do Ciopaer, quanto por investigação em solo com o apoio de servidores municipais das prefeituras de Poconé e Nossa Senhora do Livramento, dois pontos de lançamento de efluente turvo no córrego Areão.
 
Segundo informações apuradas, o córrego do Areão é uma drenagem intermitente, que deságua no Córrego Santana e que por sua vez deságua no rio Bento Gomes.
 
Os dois empreendimentos que estariam lançando estes sedimentos foram identificados, sendo um deles uma mineradora que extravasou efluente da terceira bacia de decantação e o outro um reservatório destinado à piscicultura. Nos dois empreendimentos não havia indícios de rompimento em seus taludes, não havendo autorização dos órgãos competentes para lançamento de efluente em curso d'água.
 
Os empreendimentos foram autuados por atuar em desacordo com a licença de operação, por lançar resíduos sólidos (sedimentos) em curso hídrico, e notificados a cessar o lançamento do efluente no córrego.
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