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Medeiros chama OAB de “gambiarra” e diz que bacharéis em direito estão se tornando “boys de luxo”

Da Redação - Érika Oliveira

“Pai adotivo” do projeto de lei de autoria do presidente Jair Bolsonaro (PSL), à época deputado federal, o deputado mato-grossense José Medeiros (Pode) teceu uma série de comentários polêmicos à forma como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vem atuando. Medeiros foi responsável por reapresentar o texto que prevê o fim da exigência do Exame da Ordem para atuar como advogado e, ao defender a matéria, afirmou que bacharéis no curso de Direito, que não obtêm o registro, estão se tornando “boys de luxo em escritórios de advocacia” e disse, ainda, que “a personalidade jurídica da OAB é uma gambiarra”.

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“A preocupação com o mercado, é o mercado que regula. Eu trabalhava na construção civil e quando tinha menos obra tinha pedreiro sobrando, mas não tinha ninguém para filtrar. O que acontece, que eu tenho dito, é a questão legal. A OAB é muito draconiana em exigir cumprimento da lei, tudo, mas quando se refere a eles é tudo gambiarra. O exame é sustentado em gambiarra, a personalidade jurídica da OAB é uma gambiarra. Porque você tem o principio da isonomia, a constituição garante tudo isso, mas numa sexta-feira quando se formam os alunos, na segunda-feira o garoto que formou em medicina, em engenharia, vai trabalhar. O cara que se formou em direito vai ser boy de luxo em escritório de advocacia. Bacharel é o que? Eu não estou nem aí se o advogado foi bem formado ou não, isso é problema do MEC”, declarou o deputado, em entrevista à Rádio Centra América FM, na manhã desta segunda-feira (11).

A proposta original, apresentada por Bolsonaro em 2007 e arquivada devido ao fim da Legislatura, argumentava que a imposição do Exame fere princípios constitucionais, uma vez que somente estabelecimentos de ensino superior, devidamente reconhecidos pelo Ministério da Educação, podem qualificar seus alunos.

Medeiros alegou, ainda, no projeto de lei, que a qualificação dos profissionais, independente da carreira que ocupe, cabe aos estabelecimentos de ensino, o que “como consequência, exclui tal atribuição da Ordem dos Advogados do Brasil”.

“Será que esse esteróide de coco caiu só na advocacia? Essa má-qualidade está só na advocacia? O cara que é bom se sai em qualquer lugar. Os melhores advogados de Cuiabá nunca prestaram exame, esses juízes do TJ nunca prestaram exame, a turma do STF ninguém prestou exame. Essa gambiarra é de 1994”, pontuou.
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