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“Não é um caso dos muçulmanos, é um caso de humanidade”, diz Sheik de Cuiabá após atentado matar 49

Da Redação - Isabela Mercuri

O iemenita Abdussalam Almansori, que comanda a mesquita de Cuiabá há quatro anos, lamentou na manhã desta sexta-feira (15) o ataque que deixou ao menos 49 pessoas feridas na Nova Zelândia. Para ele, é preciso que todas as comunidades e religiões se unam, porque “este não é um caso só dos muçulmanos, é um caso de humanidade”.

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Abdussalam nasceu no Iêmen, país no sudoeste da Península da Arábia. Estudou bacharelado em religião na Universidade do Islã, e ‘Lei do Direito’ em uma universidade do estado. Quando se formou, foi enviado para Cuiabá para comandar a Mesquita. Segundo ele, não existem estudos claros que mostrem quantas famílias muçulmanas vivem em Cuiabá hoje, mas o número fica entre 200 e 400 famílias.

O sheik explicou que ainda não há nenhum ato ou homenagem organizado na capital, em relação à tragédia. “Não temos nada agendadado, mas estamos conversando para ver como faremos. Mas não só os muçulmanos, como as outras comunidades e religiões, porque isso não é uma questão só dos muçulmanos, é uma questão da humanidade. Como aconteceu na escola em São Paulo, nos Estados Unidos, na Europa, e acontece frequentemente. É preciso se unir, porque é um problema de humanidade”, afirmou.

Neste caso específico, no entanto, o sheik afirmou que achou o caso ‘muito estranho. “Porque o cara filmou, e tinha muitas armas, e um armamento muito forte, um depósito de armas, então é um caso muito estranho”, disse.

Apesar da aparente perseguição aos muçulmanos, Abdussalam afirma que se sente seguro no Brasil. “No Brasil eu acho que isso não acontece com os muçulmanos, mas tem outros casos. E o governo deve prestar atenção e tomar cuidado, porque é o governo que consegue fazer alguma coisa em relação a isso”.

Entenda

Pelo menos 49 pessoas morreram e 40 ficaram feridas durante as orações de sexta-feira em duas mesquitas da Nova Zelândia. Este foi o pior massacre a tiros da história do país. Um atirador transmitiu imagens ao vivo no Facebook do ataque a uma mesquita na cidade de Christchurch, depois de publicar um “manifesto” no qual denunciava os imigrantes, chamando-os de “invasores”.
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