Imprimir

Notícias / Esportes

No limite, seleção brasileira ganha o 8º título do Grand Prix

Folha Online

A seleção feminina venceu ontem o Japão por 3 sets a 1 e, com um misto de alegria e alívio, festejou seu oitavo título do Grand Prix de vôlei. Foi a primeira conquista importante da equipe do técnico Zé Roberto um ano após o inédito ouro nos Jogos de Pequim.

Um ótimo teste para o renovado time, que disputou a partida decisiva com apenas seis campeãs olímpicas, encarou duelos complicados, longas viagens e má alimentação. E, mesmo assim, manteve-se invicto no torneio, com 14 vitórias.

"Esse foi um Grand Prix dos mais difíceis, e a equipe chegou no limite. Com muita perseverança e persistência, elas conseguiram jogar em alto nível. O campeonato mostrou que tudo funciona quando o grupo joga bem", afirmou Zé Roberto.

O Brasil estreou na competição em 31 de julho, no Rio de Janeiro. Depois viajou para Macau, Coreia do Sul e Japão, onde disputou a fase decisiva.

No curto percurso entre Macau e a cidade coreana de Mokpo, a seleção gastou 20 horas por causa do esquema montado pela federação internacional.

Na Coreia, o time sofreu com a má qualidade da comida.

No ano que vem, as finais serão na China. Em 2011, em Macau. Para 2012, a federação procura um país europeu que abrigue as partidas para não desgastar as equipes que disputarão a Olimpíada de Londres.

O Brasil é disparado o maior vencedor da competição. A Rússia, vice, soma três taças. O Grand Prix acontece todo ano e reúne as principais seleções de vôlei do mundo. É a versão feminina da Liga Mundial.

Os homens, porém, ganham mais. O time de Bernardinho recebeu US$ 1 milhão pelo título. As mulheres, US$ 200 mil.

"O grupo se fortaleceu durante a competição. Tivemos jogos pesados, um atrás do outro, foi um campeonato de superação", disse a ponta Sassá, maior pontuadora da partida decisiva, com 19 pontos.

Sassá saiu do banco de reservas e foi essencial nos últimos dois jogos. Ontem, Zé Roberto também usou a levantadora Ana Tiemi, a oposto Joycinha e Camila Brait, que é líbero, mas entrou em quadra para sacar.

"As que vieram do banco ajudaram o time. Foi assim o tempo todo, uma ajudando a outra", elogiou o treinador.

Zé Roberto também consolidou suas novas apostas. O treinador pôde levar 14 jogadoras para o Grand Prix, e apenas seis delas estavam no grupo campeão olímpico em Pequim.

A média de idade do novo elenco é de 23,7 anos. A líbero Fabi, 29, é a mais experiente.
Quando iniciou a temporada, o treinador tinha quatro jogadoras na disputa pela vaga da levantadora Fofão, aposentada da seleção. Terminou o GP com Dani Lins, titular, na dianteira. Ana Tiemi foi a reserva.

Entre as atacantes, Natália, 20 anos, foi titular na ponta. O Brasil atuou sem Paula Pequeno, que se recupera de cirurgia, e Jaqueline, poupada.

"Vencemos na base da superação do cansaço e da força do grupo. Mas precisamos controlar a euforia. Não somos imbatíveis", disse a oposto Sheilla, eleita a melhor jogadora do GP.
Imprimir