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Planalto terá de mobilizar aliados na Câmara e Senado para impedir depoimento de Dilma

Folha Online

O Palácio do Planalto vai ter que mobilizar os aliados na Câmara e no Senado para impedir que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) tenha que comparecer ao Congresso para prestar explicações sobre o suposto encontro com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira.

A oposição espera aprovar, na quarta-feira, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara três pedidos de convocações, sendo um deles para Dilma, outro para Lina e um para Iraneth Weiler, chefe de gabinete da Receita Federal. A ideia é que cada uma delas apresente aos deputados suas versões do encontro --no qual teria pedido para o órgão agilizar as investigações sobre familiares do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

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No Senado, os governistas vão ter que trabalhar para derrubar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) os requerimentos do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que pedem o convite e a convocação de Dilma. Jucá apresentou os requerimentos como uma manobra para evitar que a oposição surpreendesse o governo e aprovasse a convocação da ministra.

Jucá pretendia arquivar os pedidos porque, pelas normas do Senado, se um requerimento for rejeitado, ele não poderá ser reapresentado na comissão com o mesmo teor durante toda a legislatura. Em resposta à movimentação governista, o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), suspendeu a sessão sem dar explicações e evitou a votação dos requerimentos.

Demóstenes afirmou que vai segurar a votação dos requerimentos até que o plenário da CCJ esteja quase sem a presença dos governistas. "Eles precisam lembrar que manobra por manobra nós também temos direito de fazer", afirmou.

O líder do governo, no entanto, pretende obstruir as votações na CCJ e já encaminhou um e-mail para os integrantes dos partidos da base para derrubar as propostas que não tenham o aval do Planalto.

Imagens

O DEM deve protocolar nesta terça-feira uma representação no Ministério Público Federal contra o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que negou a existência de imagens, registros de placas de carros e de autoridades que estiveram no Palácio do Planalto no final do ano passado e início deste ano.

O pedido do DEM é para que o Ministério Público Federal abra investigação sobre as condutas praticadas pelo ministro-chefe do GSI, general Jorge Armando Félix, diante da suspeita de "queima de arquivo público".

Depoimento

A ex-secretária da Receita Federal confirmou na semana passada, em depoimento à CCJ do Senado, que se encontrou com a ministra no final do ano passado, quando Dilma lhe pediu para agilizar as investigações da Receita sobre familiares do presidente do Senado.

Ela disse que seu objetivo não é prejudicar a ministra ou provocar polêmicas públicas, mas sim preservar a sua biografia.

Lina Vieira disse que o encontro foi solicitado pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que foi à Receita Federal para marcar a reunião. Segundo a secretária, o circuito interno de imagens da Casa Civil tem condições de comprovar o seu encontro com Dilma.

"Certamente, no Planalto, deve ter a filmagem, eu entrando no quarto andar, entrando na sala. Eu não sou fantasma, deve ter alguma coisa em algum lugar registrado", afirmou.
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