A família de Marineide de Oliveira, 45, mora no bairro Araés há mais de 60 anos. Durante todo este tempo, viram as enchentes chegarem e, hoje, a situação está insustentável: “É uma coisa de cinco minutos. É difícil entender. Você entra, quando volta, é coisa de cinco minutos e já enche”, contou a funcionária pública ao Olhar Direto.

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Segundo a moradora, com a chuva desta quarta-feira (3) não foi diferente e, desta vez, o carro de seu tio ficou no meio da correnteza. “Já aconteceu isso com três carros, só da nossa família. A casa fica ao lado da Defensoria da União, perto do hospital ortopédico. E é difícil isso, porque ninguém responsabiliza. Ali é um córrego que tem há muitos anos, ‘tanque do baú’ que se falava. A água desce pela prainha pra cair aqui embaixo no rio. Eu acho que entope de lixo, porque o povo não tem responsabilidade, sobre pra lá, vem subindo, aí enche ali e as ruas viram uma represa. E hoje meu tio foi o premiado. É o carro dele. O meu esses tempos atrás quase foi, a sorte que me ligaram, eu saí correndo e tirei”, disse.

A casa fica localizada na Rua Osório Duque, e era da avó de Marineide, que faleceu aos 93. “Só meu irmão mora lá há 50 anos. Meu tio e minha tia moram há 60 anos, e a minha avó, a casa era dela, e ela morreu com 93 anos, e sempre morou lá. Então acho que a casa deve ter de 75 a 80 anos”, conta.

A residência em si não alaga, porque fica no alto. “Inclusive a gente não tem garagem em casa, porque não dá pra fazer garagem, porque se fizesse, a água entrava”, explica. Marineide conta que já foi até a Prefeitura pedir providências, mas nunca teve resposta. “Eu já fui lá uma vez, eles falaram que iam, mas nunca foram. Nunca fizeram nada”, lamenta.