Batizado inicialmente de São Gonçalo Beira-Rio, o povoado localizado às margens do encontro dos rios Coxipó e Cuiabá deu origem, em oito de abril de 1719, pelas mãos de Pascoal Moreira Cabral, ao local que hoje abriga a capital do estado de Mato Grosso. Registros da ata de fundação de Cuiabá contam que Pascoal Moreira foi o primeiro gestor eleito para comandar a região, em uma eleição direta em meio à selva.

De lá para cá, não são exatos os registros de quantos intendentes, interventores e prefeitos Cuiabá já teve. Somente a partir de 1930 é que surgiram as Prefeituras no formato que conhecemos e, segundo a história, já sentaram na cadeira que é hoje é ocupada por Emanuel Pinheiro (MDB) nomes como o de Júlio Müller, João Ponce de Arruda, Isaac Povoas, Aecím Tocantins e Dante de Oliveira.

Leia mais:
Na metade do mandato de vice, Niuan não descarta disputar prefeitura em 2020

Nesta segunda-feira (08), celebramos o ato de Pascoal Moreira, que abriu caminhos para que 100 anos depois Cuiabá fosse elevada à condição de cidade. 300 anos se passaram e o Olhar Direto perguntou aos três últimos prefeitos da Capital de Mato Grosso, eleitos por voto direto, o que consideram “erros e acertos” de seus Governos.

Veja o que disse cada um deles:

Roberto França

O maior legado da nossa gestão foi ter recuperado a auto-estima do nosso povo, que estava em baixa quando assumimos, com uma Prefeitura quebrada e falida e devendo seis folhas de pagamento aos seus funcionários. A cidade estava abandonada. Nosso maior legado foi termos recuperado isso. E o trabalho social e os investimentos no ser humano durante a nossa gestão, além das 1163 obras que fizemos durante o nosso mandato. E o que eu não consegui fazer foi justamente quitar as folhas atrasadas. No meu mandato eu paguei todas as folhas, de todos os meses. Mas as seis que eu peguei atrasadas eu paguei quatro, então sobraram duas. Mas nossa maior obra não foi física, foi o investimento no ser humano.

Wilson Santos

O principal legado foi ter arrumado a educação municipal. Nós fizemos uma verdadeira revolução silenciosa na educação e isso trouxe qualidade ao ensino, melhorou enormemente a aprendizagem dos alunos e melhorou a auto-estima dos profissionais. Tiramos Cuiabá da 19ª posição, dentre as capitais no Ideb, para a 7ª melhor Capital. E hoje Cuiabá é uma referência nacional em educação. O que eu não consegui fazer foi o grande programa de saneamento que gostaria de fazer. Mas, mesmo assim, conseguimos fazer uma nova estação para tratar a água na região sul da cidade, que atende a 120 mil pessoas hoje. Avançamos muito na questão da água, mas algo que me deixou muito chateado foi não ter avançado na área do esgotamento sanitário.

Mauro Mendes

Acredito que a gestão da qual fiz parte fez contribuições importante para Cuiabá em vários setores, que repercutiram diretamente na melhoria dos serviços prestados ao cidadão cuiabano. Adotamos medidas de enxugamento da máquina pública, diminuição do custeio e valorização do servidor público. Foram graças a essas medidas que conseguimos ampliar a oferta de vagas nas creches municipais e melhoria na saúde pública. Entre as realizações que nossa gestão se orgulha muito estão a inauguração do Hospital São Benedito, início das obras do Novo Pronto-Socorro da Capital, implantação da Central de Medicamentos, a restruturação do projeto Siminina, pavimentação de 300km de asfalto, a construção de 16 creches e a reforma de outras 12, além da inauguração dos parques públicos das Águas e Tia Nair e a revitalização da Orla do Porto, que se tornaram pontos turísticos da nossa Capital.

Fico muito feliz por termos conseguido realizar ações que refletiram diretamente na qualidade de vida dos cuiabanos.

Com relação ao que eu não teria conseguido fazer após ter deixado a administração, sempre fica a sensação de querer ter feito mais.