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Silval critica "paladinos da moralidade" e reclama que apanha demais da imprensa

Da Redação - Carlos Gustavo Dorileo

Preso por quase quatro anos entre uma cela do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), a cobertura de um prédio de luxo no bairro Jardim das Américas e em uma de suas propriedades no município de Matupá, o ex-governador Silval Barbosa criticou parte da classe política, que segundo ele, se posta como paladina da moralidade e reclamou de "perseguição" por parte da imprensa.

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Morando em Matupá desde o fim do ano passado, por autorização da justiça, o ex-governador retornou à Capital nesta terça-feira (16) para uma audiência em que figura como vítima, em uma invasão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a uma de suas propriedades, que será repassada para o Estado.

Ainda com a aparência abatida em decorrência do cárcere, o ex-chefe do Executivo atacou seu sucessor Pedro Taques (PSDB), a quem classificou como ‘paladino da moralidade’ e voltou a lembrar de um acordo envolvendo dinheiro da empresa JBS para a campanha do tucano, fato que foi relatado em sua delação premiada.

“Esses paladinos da moralidade é isso, pessoas que estão travestidos como eles, como estavam dizendo que era o pai da moralidade. Eu falei na minha delação, eu fiz acordo com o Pedro Taques. Eu arrumei via JBS dinheiro para a campanha dele em um acordo. Está se comprovando tudo de errado que ele fez e o que vai aparecer ainda. Mas isso é bom para Mato Grosso, vai passando a limpo”, disse ao sair da audiência.

O ex-governador reclamou do tratamento dado a ele nos jornais em Mato Grosso e afirmou que espera que seu caso alerte demais autoridades. "Estou há três anos e 7 meses totalmente enclausurado, recluso. A imprensa me batendo demais e às vezes não entende o que eu fiz, coloca a culpa só de um lado. Eu estou colaborando e acho que a imprensa tem papel fundamental neste momento em mostrar isso. Eu cometi os meus erros, já estou me retratando na justiça, falando tudo aquilo com a justiça, pagando aquilo que a gente de fato se propôs. A imprensa tem que também contribuir nesse sentido, não estou aqui orientando nada, nem estou querendo dar sugestão. É uma forma de chamar a atenção daqueles outros que estão na política".

Questionado por jornalistas sobre a determinação recente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) da cassação da senadora Selma Arruda (PSL), juíza aposentada responsável pela sua prisão e condenação, Barbosa também não poupou críticas e pediu para que a ex-magistrada reconheça os seus erros, como ele vem fazendo.

“Ela se julga tão conhecedora da lei, e praticar os crimes que foram praticados, pelo menos é o que mostra na imprensa, é muito grave. Eu cometi alguns crimes e eu estou colaborando com a Justiça. Ela deveria fazer o mesmo, confessar que errou, que fez caixa 2, uma campanha extemporânea com recursos. Estou tranquilo porque estou colaborando com a justiça. É o que ela deveria estar fazendo, não fazendo vários mecanismos para protelar o processo. É assim que deve fazer quem conhece a lei”, afirmou.

O ex-governador, por fim, disse estar otimista em relação de sua pena para o regime semiaberto e que está acompanhando o processo. 

"Estou aguardando otimista. Agora a juíza da 7ª vara encaminhou os processos para a vara de execução. Mas a vara estão com os processos sendo digitalizados, então nem está lá. Parece que falaram que começa agora a partir do dia 17, que é amanhã, começa a apreciar os processos que estão lá. O nosso está no meio", finalizou.
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