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Deputado diz que Emanuel 'abre mão' e pode repassar verba da Santa Casa para o Estado gerir

Da Redação - Érika Oliveira

Encarregado de intermediar a relação entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá, no que se refere à crise da Santa Casa, o deputado estadual e presidente da Comissão de Saúde, Paulo Araújo (PP), afirmou que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) propôs transferir a “gestão” do hospital, bem como os recursos financeiros sob a tutela do município, ao Governo do Estado. O intuito do emedebista é que a Secretaria Estadual de Saúde assuma um eventual processo de intervenção.

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“Procuramos o prefeito e ele nos disse ‘olha, eu só não decretei o processo de intervenção por conta das dificuldades financeiras. O município hoje não tem condições de arcar com um passivo que, infelizmente, eu nem sei qual o tamanho’. Havendo possibilidade de o Governo do Estado assumir esse processo, o município estaria disposto, inclusive, a abrir mão dessa gestão e trazer o aporte de recursos para que o Estado, em condições, faça um processo de recuperação. Levamos essa proposta ao governador, a informação do prefeito Emanuel”, afirmou o deputado, em entrevista à Rádio Capital.

Nesta quarta-feira (01), segundo o deputado Paulo Araujo, o governador Mauro Mendes e o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, estão em Brasília reunidos com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Mendes prometeu que ainda esta semana anunciaria um plano de recuperação da Santa Casa e este deve ser o principal assunto da agenda no Distrito Federal.

A Santa Casa de Cuiabá está fechada desde o dia 11 de março por falta de pagamento a fornecedores e funcionários, que acumulam até 10 meses de salários atrasados. A Assembleia Legislativa, assim como a Prefeitura de Cuiabá, manifestou o desejo de repassar R$ 3,5 milhões (cada) para a instituição poder quitar parte dos salários atrasados, mas a ação não foi permitida, por conta da falta do plano de viabilidade.

A crise da Santa Casa tem envolvido diversos atores e uma reunião chegou a ser realizada entre os deputados estaduais de Mato Grosso e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no início desta semana, mas o encontro terminou como começou: sem resultados.

“Uma possível intervenção tem que ser precedida, primeiro, do envolvimento direto e seguro do Governo do Estado, até porque 70% dos pacientes da Santa Casa são do interior do Estado. E também do Ministério da Saúde, porque a saúde publica é universal, o SUS é universal. Havendo essa garantia, aí nós vamos discutir bastante para resguardar Cuiabá e o prefeito também, tendo em vista que a Santa Casa é uma instituição privada e que teve um grave problema de gestão interna que a levou a praticamente, podemos falar assim, a falência. Eu não posso trazer esse problema de má-gestão para dentro da Prefeitura, que tem inúmeros problemas já com a saúde pública”, defendeu Emanuel, durante a vista do ministro a Cuiabá.

“O governador nos prometeu que esta semana estaria propondo este levantamento, mesmo com todas as dificuldades em acessar informações. O secretário [Gilberto], por exemplo, tinha poucas informações até para levantar custo hospitalar, até por conta da briga que se instalou lá. Então, nós estamos fazendo essa interlocução entre o município e o Estado de forma muito responsável, sem politizar, sem polemizar, para que a gente possa na semana que vem já poder anunciar esse plano de recuperação. Pelas conversas antecipadas que nós temos, eu acredito que o Governo vá fazer o plano num sentido de dar apoio financeiro necessário e dentro do comando único, para que o município decrete intervenção, se for o caso. O governador está hoje em Brasília conversando com o ministro, observando critérios técnicos e tentando dar aí um ponto final na questão da Santa Casa”, ponderou Paulo Araujo.
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