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Fechado há dois meses, Zoológico da UFMT não tem previsão para ser reaberto

Da Redação - Fabiana Mendes

Fechado desde o dia 14 de março, o Zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) não tem previsão para ser reaberto, por conta do corte orçamentário de R$ 34 milhões anunciado na última semana pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Com a medida, o pouco recurso do campus está sendo usado para alimentação e cuidados diários dos animais. Único zoológico da capital mato-grossense, ele foi embargado pelo Ibama em 2009 e, desde então, estáva proibido de receber novos animais. Nesta terça-feira (14), o local completa dois meses de portas fechadas para o público. 

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A UFMT, por meio de nota, informou que, desde o fechamento do Zoológico para readequação, tem realizado todos os esforços no sentido de proteger a saúde e o bem-estar dos animais. Entretanto, de acordo com a Faculdade de Medicina Veterinária (Favet), com os recentes cortes previstos para a educação superior, todas as reformas precisaram ser suspensas, a fim de garantir recursos o suficiente para alimentação e cuidados diários das espécies. Sendo assim, ainda não há previsão para a reabertura do espaço para o público.

A reportagem do Olhar Direto esteve no local e constatou um cenário de abandono. Na parte onde é permitida a circulação, percebe-se que há muito mato. Além disso, a lanchonete está fechada e o local está ocupado por gatos, que também circulam em áreas destinadas a outros animais. A ração é colocada no chão e a água em embalagens de leite e garrafas pets. O odor de urina também é notado. 



A visitação do local teve que ser suspensa após a confirmação da morte de dois macacos pelo vírus da febre amarela. Na época, a administração garantiu que tomou uma série de medidas protetivas, pois vários membros da comunidade universitária ainda não haviam sido imunizados.

Os animais diagnosticados em exames de laboratórios de referência regional são de vida livre e que entram no Campus. Como ação preventiva, os oitos macacos do zoológico foram isolados e colocados em quarentena, mesmo estando saudáveis e sem apresentar sintomas clínicos da doença.
 
Universidade pode parar
 
O corte orçamentário de 30% no ensino superior do país irá trazer graves consequências à UFMT. Em entrevista ao Olhar Direto, a reitora Myrian Serra afirmou que caso a medida não seja revista em até 60 dias, contratos de serviços básicos deixarão de ser honrados, a disciplina de Libras será aplicada na modalidade EAD (Ensino à Distância), o campus poderá também ficar sem luz e água e, por consequência, o Restaurante Universitário pode deixar de atender. 
 
Segundo a reitora, a redução não foi homogênea em todos os setores. Para as áreas de manutenção e funcionamento da Universidade, por exemplo, o corte foi de 38%. Já sobre a verba destinada ao Ensino à Distância, o corte chega a 70%. Atualmente, 97% do orçamento do campus é comprometido com o pagamento de funcionários.

Um dos argumentos utilizados por defensores dos cortes é o de que as instituições não teriam comprovado o destino destes 30%. A UFMT, no entanto, publica anualmente um Relatório de Gestão e Prestação de Contas. Veja o de 2018 AQUI
 
A UFMT oferece atualmente 113 cursos de graduação, sendo 108 presenciais e cinco na modalidade a distância (EaD), em 33 cidades mato-grossenses. São cinco Campus e 28 pólos de EaD. Na pós-graduação, são 66 programas de mestrado e doutorado. A instituição atende 25.435 mil estudantes, distribuídos em todas as regiões de Mato Grosso.
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