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Notícias / Cidades

Acusado de matar e enterrar mulheres fazia declarações de amor nas redes sociais

Da Redação - Fabiana Mendes

Adilson Pinto Da Fonseca, de 48 anos, acusado de matar duas mulheres com quem mateve relacionamento, fazia declarações de amor através das redes sociais para uma das vítimas identificada como Benildes Batista de Almeida, de 39 anos. “Você nunca sabe quanto tempo terá perto das pessoas que ama... Então não esqueça de dizer ‘eu te amo’ enquanto você pode”, disse ele em uma publicação. Na postagem compartilhada no dia 14 de maio ele ainda escreve: “Benildes eu te amo”.  

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Benildes era ex-esposa de Adilson. Ambos moravam em uma casa no bairro Nova Conquista, em Cuiabá, mesmo local onde ela possivelmente foi morta e enterrada ao lado da segunda vítima, Talissa Oliveira Ormond,de 22 anos. Na página da mulher, os amigos comentavam sobre seu desaparecimento. Uma amiga da rede social lamentou, na segunda-feira (14), o fato de que ela não pode ter um funeral digno.
 
O delegado que apura os casos, Fausto José de Freitas, contou ao Olhar Direto que as duas mulheres mantinham um relacionamento com o mesmo homem, que trabalhava como técnico de manutenção de ar-condicionado. A busca aos restos mortais contou com auxílio de um cão farejador do Corpo de Bombeiros, Águas Cuiabá e um professor de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso. Fausto  explicou como chegou a localização dos corpos. 

“Algumas informações, contradições do suspeito, testemunhas levaram a gente a acreditar que o corpo poderia estar escondido ou até mesmo enterrado no perímetro desta casa. Houve uma testemunha que relatou na época do desaparecimento da primeira, que presenciou uma briga dele com uma menina, com as mesmas características da desaparecida e que ela estava tentando sair da casa, mas ele a arrastou e houve um silêncio, não se ouviu mais nada”.
 
Com um mandado de busca e apreensão a ser cumprido na residência, um corpo foi localizado. Logo depois, o homem confessou onde teria enterrado o segundo. Logo depois, voltou atrás. Ainda segundo o delegado, a casa teria sido construída com dinheiro de Benildes, que trabalhava na Europa, e era casada com Adilson.  
 
A primeira vítima, Talissa de Oliveira Ormond, teve a comunicação do desaparecimento em julho de 2013. Ela era namorada do suspeito e a segunda vítima, Benildes Batista de Almeida, que desapareceu em dezembro de 2013, seria sua ex-mulher.
 
A primeira ossada foi encontrada a mais de um metro de profundidade, perto da calçada, na lateral da casa. Mesmo usando equipamento apropriado para rastreamento de solo, foi uma denúncia recebida enquanto o trabalho era realizado, que ajudou as equipes na localização do ponto em que o corpo havia sido ocultado.
 
Após a primeira ossada ser localizada, acabou confessando as duas mortes e informando onde teria enterrado a segunda vítima. As equipes da Águas Cuiabá (que prestou apoio), DHPP e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) trabalharam do fim da manhã até o fim da tarde em busca dos restos mortais.
 
Porém, depois de todo o trabalho desempenhado pelas autoridades e de apontar o local onde estaria enterrada a vítima por pelo menos duas vezes, o suspeito desmentiu a versão, afirmando que não sabe da morte da ex-mulher. 
 
Um exame de DNA deverá ser feito para confirmar se a ossada pertence a vítima, Talissa, a qual o suspeito confessa ter matado. Ele não deu detalhes sobre o crime. As buscas são realizadas por determinação da Justiça, após requerimento da Polícia Civil.
 
Os inquéritos, com mais de dois volumes de informações colhidas ao longo dos anos da investigação, direcionam para o suspeito. “Mas não tínhamos corpo e agora poderemos concluir”, afirmou o delegado Fausto José Freitas, que deve novamente interrogar o preso para saber das motivações e circunstâncias em que as mortes ocorreram.
 
Desaparecimentos
 
Benildes desapareceu em 17 de dezembro de 2013. Ela morava na cidade de Asturia, na Espanha e tinha voltado ao Brasil, onde passou cinco meses com a família. Um dia antes dela retornar para a Europa, houve uma discussão com o suspeito, que a matou e enterrou seu corpo no quintal da casa.
 
O quintal era o mesmo em que, cinco meses antes, Adilson havia enterrado o corpo de Talissa de Oliveira Ormond, 22 anos. Após a primeira ossada ter sido encontrada, o suspeito acabou confessando as duas mortes e informando onde teria enterrado a segunda vítima.
 
Sem saber do caso, a família de Benildes acreditou que a mulher havia desaparecido na Espanha, local onde morava. Porém, após contato com a Polícia Federal, descobriu-se que ela não havia deixado o país.

Vítimas: Benildes e Talissa. 
 

Benildes era ex-mulher de Adilson, que chegou a morar algum tempo com ela na Espanha. Porém, os dois terminaram o relacionamento e ele retornou ao Brasil, onde conheceu Talissa. A mãe da moça contou que ela tinha saído para trabalhar em uma empresa de telefonia e não mais deu notícias.
 
Na empresa, a chefe de Talissa informou à mãe que naquele dia ela tinha trabalhado o dia todo e quando saiu havia um rapaz moreno em uma motocicleta a espera dela. Mas ninguém a viu sair com ele. No dia seguinte, a vítima teria ligado na empresa pedindo socorro. Depois não deu mais notícias.
 
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