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Homem que enterrou namoradas em quintal era manipulador e fez jantar de despedida para ex

Da Redação - Wesley Santiago

Adilson Pinto da Fonseca, 48 anos, que confessou ter matado e enterrado duas mulheres no quintal de casa, no bairro Nova Conquista, em Cuiabá, era manipulador, segundo Benilze Silva, prima de Benildes Batista de Almeida, 39 anos, uma das vítimas do criminoso. Horas antes de cometer o assassinato, o acusado fez um jantar de despedida para a ex-companheira, que viajaria para a Espanha, onde residia e trabalhava.

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A prima de Benildes contou que o suspeito sempre tentou manipulá-la. “Tentava sempre confundir toda a situação. Tem uma irmã dela, que é mais velha, que foi a responsável por ir atrás das informações. Ele fez com que a Benildes brigasse com a irmã. Sendo assim, apenas ele dizia saber como ela estava. Ele mentia dizendo que estava tudo bem e que falava direto com ela”.
 
Adilson e Benildes ficaram juntos durante seis ou sete anos e compraram a casa, onde os corpos foram encontrados, juntos. Quem conseguiu o trabalho para ela na Espanha foi o próprio acusado. Ele acabou ficando no Brasil com a justificativa de que estava concentrado na conclusão da moradia.
 
No primeiro momento, a família de Benildes chegou a acreditar que ela havia desaparecido na Espanha. Isso porque a vítima estava com passagem marcada para voltar ao país europeu. “Para todo mundo, ela não desapareceu. Ele fez um jantar de despedida, eu vim aqui e participei. Estava com mala pronta e tudo mais, ele simulou que ela havia saído. A Benildes estava presente e não disse ou demonstrou nada”.
 
“A Benildes estava descontente porque tinha descoberto um monte de coisas dele. Durante uma caminhada, ela chegou a falar para mim que ficou sabendo de vários casos extraconjugais dele. Além disto, comentou que não tinha mais vontade de morar aqui no Brasil”, acrescentou a prima.
 
Benilze lembrou ainda de um episódio em que ele teria invadido a casa onde as duas estavam e se escondido debaixo da cama. “Pelo pouco que eu o conhecia, ele era estranho. Ele manipulava para que ela se afastasse da família. No fundo, tínhamos o sentimento de que ele havia sumido com ela. A esperança é maior, você não quer que seja verdade. Agora, pedimos apenas que a Justiça seja feita”.
 
As brigas entre Adilson e Benildes eram constantes no relacionamento. Porém, a prima nunca viu a vítima relatar casos de agressões. “Eu não ia muito com a cara dele, por isso ficava mais distante”.
 
Em depoimento ao delegado Fausto Freitas, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito alegou que matou as mulheres por ciúmes, mediante discussões ocasionais. Porém, ele não repassou detalhes sobre como teriam sido cometidos os crimes. Adilson está preso por duas ocultações de cadáveres e também será indiciado por dois homicídios qualificados das mulheres.
 
Na última terça-feira (14), durante audiência de custódia, o juiz Mário Roberto Kono de Oliveira afirmou que não é possível homologar prisão em flagrante pelo fato de que o crime aconteceu em 2013, mas acatou o pedido do delegado, decretando prisão preventiva.
 
“Neste caso, entendo ser necessário o atendimento do pedido pela imperiosa aplicação da lei penal e para a perfeita instrução do processo. Por tais razões, acolho os pedidos e decreto a prisão preventiva de Adilson Pinto da Fonseca, devendo o mesmo guardar preso o seu julgamento, ou até que o juiz titular na qual o feito for distribuído possa tomar outra decisão”, decreta o juiz.
 
Busca da família
 
Benildes desapareceu em 17 de dezembro de 2013. Ela morava na cidade de Asturia, na Espanha, e tinha voltado ao Brasil, onde passou cinco meses com a família. Um dia antes dela retornar para a Europa, houve uma discussão com o suspeito, que a matou e enterrou seu corpo no quintal da casa.
 
O quintal era o mesmo em que, cinco meses antes, Adilson havia enterrado o corpo de Talissa de Oliveira Ormond, 22 anos. Após a primeira ossada ter sido encontrada, o suspeito acabou confessando as duas mortes e informando onde teria enterrado a segunda vítima.
 
Sem saber do caso, a família de Benildes acreditou que a mulher havia desaparecido na Espanha, local onde morava. Porém, após contato com a Polícia Federal, descobriu-se que ela não havia deixado o país.
 
O caso
 
Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Perícia Técnica (Politec) realizam na tarde desta segunda-feira (13) as buscas aos corpos de Talissa Oliveira Ormond,de 22 anos, e Benildes Batista de Almeida, de 39 anos, ambas desaparecidas desde o ano de 2013. Elas foram mortas e enterradas no quintal de uma casa no bairro Nova Conquista, em Cuiabá. O suspeito do duplo homicídio foi identificado como Adilson Pinto Da Fonseca, de 48 anos, que mantinha relacionamento com as duas vítimas.
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