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Notícias / Cidades

Vizinhos denunciam vulnerabilidade de mulher que vive sozinha e se alimenta de restos de carne

Da Redação - Thaís Fávaro

Moradores do bairro Parque do Lago, em Várzea Grande, procuraram o Ministério Público, a Prefeitura de Várzea Grande e o Centro de Referência e Assistência Social (Cras) em busca de solução para a situação de uma moradora identificada como Conceição Fátima, de aproximadamente 50 anos, mais conhecida como “Margarida”, que vive em condições de miséria extrema. Sem luz, água e alimento, a mulher tem problemas psicológicos e vive em uma casa cheia de entulhos, infestada de insetos. Ela dorme em um colchão no quintal e se alimenta de restos de carne que pega em um açougue.
 
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De acordo com os vizinhos, as denúncias já foram protocolizadas nos órgãos competentes e nada foi resolvido. A família já retirou a mulher da casa, mas ela voltou há cerca de uma semana e voltou a acumular lixo. A situação é tão complicada que a casa já pegou fogo, parte do piso está foi arrancada, o quintal está cheio de entulho, as refeições dela são com alimentos estragados que ela consegue pegar em supermercado e muitas vezes ela acaba dormindo em um colchão do lado de fora da residência.
 
Uma das vizinhas de dona Margarida, Conceição Aparecida Brandão, contou ao Olhar Direto que desde que se mudou para o local, há 14 anos, ela vê a vizinha nessa situação. Conceição conta que os outros moradores ajudam como podem, seja com alimentação ou financeiramente. Ainda de acordo com as informações, a vizinha tem problemas psicológicos e os familiares não dão o tratamento necessário. “Meu apelo maior é para conseguir uma clínica para internar ela, porque a família não cuida, espera acalmar a situação e solta ela na rua de novo”, diz.



Além da situação de miséria e falta de higiene, os vizinhos também denunciam o risco de assalto. “A casa dela está abandonada, os muros são baixos e fica tudo escuro lá, tenho medo de ladrão entrar aqui no quintal dela para se esconder e pular no quintal da minha casa. Aqui em casa já entraram uma vez e tentaram entrar de novo, fico preocupada toda vez que saio de casa”, afirma Conceição.



Agentes da Prefeitura de Várzea Grande estiveram no local no final de 2018, após os vizinhos procurarem a imprensa para denunciar a situação da dona Margarida. Os agentes realizaram uma limpeza na residência, na qual foram retirados seis caminhões de lixo e entulho. O local foi dedetizado e pintado. Um portão foi instalado por um dos sobrinhos para que a tia voltasse para casa com mais entulho.



O que causa revolta nos moradores é a situação de abandono da vizinha, que passa muitas dificuldades e não tem nenhum acompanhamento médico. “O que eu quero é poder deitar na minha cama e saber que ela não está deitada no chão frio. É poder sentar na minha mesa pra comer e saber que ela não está comendo pão podre, coro de porco podre que ela pega no açougue pra comer. Ela não merece, ser humano nenhum merece viver assim”, afirma Conceição.
 
A reportagem do Olhar Direto entrou em contato com a Secretaria de Comunicação de Várzea Grande que informou que o município não pode retirar a mulher da residência contra a vontade dela, já que ela não representa um risco real a outros moradores, mas que estará encaminhando novamente o pedido para que a Assistência Social se desloque até o local para verificar a situação da moradora. O Ministério Público afirma para a reportagem que irá apurar as denúncias feitas.
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