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Vazamento não desautoriza altura moral de Sérgio Moro e não desqualifica provas, diz Selma

Da Redação - Lucas Bólico e Vinícius Mendes

A senadora Selma Arruda (PSL) defendeu o ministro Sérgio Moro, que teve trechos de conversas privadas vazados em série de reportagens publicadas por The Intercept Brasil na noite de domingo (9). Para a juíza aposentada, ainda não está claro se os diálogos são mesmo de Moro, mas mesmo que sejam, não afetam a credibilidade do ex-magistrado e nem invalidam os julgamentos conduzidos por ele, quando atuava na Justiça Federal em Curitiba. Dentre os condenados por Moro está o ex-presidente Lula.

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"É difícil exprimir uma opinião acertada a respeito do assunto porque a gente tem que partir da premissa que esses vazamentos são vazamentos que vêm de conteúdos reportados. Nós não temos a noção exata de todo o teor dessas conversas. A gente pega uma frase, duas e fica tirando a conclusão. Então eu acho que é muito prematuro se falar nisso. Outra coisa, eu acredito que o juiz Sergio Moro, ainda que tenha sido realmente autor dessas frases, não sei se foi ou não, mas ainda que tenha sido, ele não ultrapassou os limites do que é ético, do que é legal”, avaliou Selma, com cautela.
 
Antes de entrar para a política, Selma foi juíza em Mato Grosso e se notabilizou, assim como Sérgio Moro, no combate à corrupção. Para a hoje senadora, os diálogos publicados por The Intercept Brasil são naturais. As reportagens revelam atuação em parceria entre Moro e membros do Ministério Público Federal.
 
“Essas conversas elas costuma ser naturais entre colegas de trabalho. Você trabalha o tempo todo com determinada equipe de promotores, delegados e mesmo advogados, você troca idéia com eles. Isso é natural. Acho que estão fazendo uma super exposição de uma coisa que está sendo vista de forma parcial”, opinou.
 
As reportagens mostram suposta intenção dos membros da Lava Jato em evitar que o PT vencesse as eleições de 2018, possível dúvida dos procuradores quanto à denúncia oferecida contra Lula no caso do triplex (em que houve condenação proferida por Moro) e suposta colaboração do juiz junto ao órgão acusador, prática vedada na Constituição Federal.
 
Selma sustenta que o vazamento das conversas não deve provocar revisão das penas já aplicadas em decorrência das investigações da força-tarefa tocada em Curitiba.

“Ainda que todos esses conteúdos sejam verdadeiros, isso não inocenta ninguém. Isso não desconstitui nenhuma prova, isso não é motivo para anulação de processo, não é motivo para se retroceder. A gente precisa parar de focar em coisas pequenas para tirar o foco daquilo que realmente interessa que é o fato de o Brasil ter sido levado ao chão por essas pessoas que durantes décadas e décadas fizeram do Brasil um garimpo. As pessoas garimparam aqui, tiraram tudo o que tinha, todas as nossas riquezas e agora nós estamos tentando nos levantar, nos recobrar”, avaliou.
 
“Sérgio Moro é um homem de extrema credibilidade. O Brasil inteiro confia nele. Esses diálogos ai, ainda que sejam de autoria dele, que a gente não pode concluir que são porque foram obtidos por meio ilícito, então ainda que sejam de autoria deles, eles não desautorizam a altura moral de Sérgio Moro e nem desqualificam qualquer prova que tenha sido levada para esses processos. Portanto eu não vejo nenhum motivo para esse escândalo todo que estão fazendo”, finalizou.  
 
Vazamento das conversas
 
The Intercept Brasil publicou na noite de domingo quatro reportagens, do que deve ser uma série, sobre conversas privadas entre membros da força-tarefa da Lava Jato. Os textos revelam possível colaboração do então juiz Sérgio Moro com o Ministério Público Federal, a suposta intenção de membros do MPF em impedir entrevista do ex-presidente Lula para evitar benefícios eleitorais ao candidato Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial que elegeu Jair Bolsonaro e dúvidas do procurador Deltan Dallagnol com relação às denúncias oferecidas contra o ex-presidente Lula no caso do triplex.  
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