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Barbudo parabeniza Sérgio Moro por diálogo vazado com Dallagnol: ‘nota 10’

Da Reportagem Local - Carlos Gustavo Dorileo/ Da Redação - Lucas Bólico

Enquanto o vazamento dos diálogos do ministro Sérgio Moro e de membros da força tarefa da Lava Jato repercute em Brasília, a bancada federal mato-grossense do PSL defende o ex-juiz e minimiza o impacto do conteúdo das conversas. A senadora Selma Arruda (PSL) vê o diálogo entre juízes e promotores como normal. Já o deputado federal Nelson Barbudo (PSL) vai além. Para ele, o hoje ministro da Justiça merece ser parabenizado pelo que os diálogos revelam.

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“É muito cedo para avaliar. Primeiro que eu vi até agora é que os dois estavam combinando de prender bandido. Isso pra mim é positivo, não é negativo. Pra mim, o juiz que fala com o promotor pra prender bandido, o conceito do Sérgio Moro para mim aumentou. Melhorou o conceito do Sérgio Moro para mim, sabe?”, avaliou Barbudo, em entrevista concedida ao Olhar Direto na noite de segunda-feira (11).
 
Barbudo se refere a uma das matérias publicadas por The Intercept Brasil no domingo (10), que aponta possível de colaboração de Sérgio Moro, enquanto era juiz federal, com o Ministério Público Federal. A conduta contraria a lei, que exige separação equidistante entre o ente julgador e as partes envolvidas nas ações julgadas.
 
Barbudo ainda questiona a fonte das matérias publicadas por The Intercept Brasil. O site afirma em suas reportagens que recebeu os dados de uma origem sigilosa. O deputado federal mato-grossense se diz preocupado com a ação de hackers e também se posiciona quanto à legitimidade do vazamento de conversas. Desde que os diálogos de Sérgio Moro vieram a público, críticos do ministro têm traçado paralelo com vazamentos patrocinados pela própria força-tarefa da Lava Jato. Para Barbudo, não há comparação entre os dois casos.
 
“[O conteúdo dos áudios] é muito bom como um todo. Agora, o país tem leis a serem seguidas e evidentemente que as leis não podem ser violadas, só que eu conheço a índole do Sérgio Moro e eu acho que eles não fizeram nada de mais, além do que o povo brasileiro estava esperando e, portanto, o que aconteceu nós precisamos analisar que foi hackeado, então as coisas precisam ser muito bem avaliadas para depois a gente fazer um pré-julgamento e depois o julgamento, mas a priori eu, aumentou ainda mais a minha admiração por Sérgio moro, porque ele estava falando em prender bandido e os outros vazamentos que houveram eram dos bandidos do PT falando em roubar o Brasil, portanto nota 10 para o Sérgio Moro”, justificou.

Entusiasta da reforma da Previdência, Barbudo não crê que o escândalo que já foi apelidado de “Vaza Jato” vá, de alguma forma, prejudicar o andamento dos projetos de interesse do governo no Legislativo. Grupos da oposição, no entanto, têm defendido o trancamento de pauta no Congresso Nacional para forçar a queda de Moro.
 
“Não, eu acho que quem quer usar isso para atrapalhar a reforma é contra o Brasil. Não tem nada a ver a reforma com fatos que aconteceram com ministro. Se teve um crime nisso dai, a justiça vai julgar. A esquerda tem mania e tem o projeto de acabar com o Brasil e tudo o que aconteça por intermédio de hackers, por exemplo, para eles são normais, pra mim não são. É uma palhaçada. Sério Moro tem meus parabéns, portanto manda o pau o Sério Moro porque o Brasil quer que prenda vagabundo mesmo”, finalizou.

Visão de ex-juíza
 
Proveniente da magistratura e tornada célebre no combate à corrupção, exatamente como Sérgio Moro, a senadora Selma Arruda minimizou a gravidade das conversas vazadas. “Essas conversas elas costuma ser naturais entre colegas de trabalho. Você trabalha o tempo todo com determinada equipe de promotores, delegados e mesmo advogados, você troca idéia com eles. Isso é natural. Acho que estão fazendo uma super exposição de uma coisa que está sendo vista de forma parcial”, opinou.
 
Para Selma, ainda não está claro se as conversas são realmente de Moro, mas mesmo que forem, não há motivo para se colocar em xeque o trabalho da Lava Jato e as condenações proferidas pelo hoje ministro da Justiça de Bolsonaro.
 
“Ainda que todos esses conteúdos sejam verdadeiros, isso não inocenta ninguém. Isso não desconstitui nenhuma prova, isso não é motivo para anulação de processo, não é motivo para se retroceder. A gente precisa parar de focar em coisas pequenas para tirar o foco daquilo que realmente interessa que é o fato de o Brasil ter sido levado ao chão por essas pessoas que durantes décadas e décadas fizeram do Brasil um garimpo. As pessoas garimparam aqui, tiraram tudo o que tinha, todas as nossas riquezas e agora nós estamos tentando nos levantar, nos recobrar”, avaliou.
 
“Sérgio Moro é um homem de extrema credibilidade. O Brasil inteiro confia nele. Esses diálogos ai, ainda que sejam de autoria dele, que a gente não pode concluir que são porque foram obtidos por meio ilícito, então ainda que sejam de autoria deles, eles não desautorizam a altura moral de Sérgio Moro e nem desqualificam qualquer prova que tenha sido levada para esses processos. Portanto eu não vejo nenhum motivo para esse escândalo todo que estão fazendo”, finalizou.  

Vazamento das conversas
 
The Intercept Brasil publicou na noite de domingo quatro reportagens, do que deve ser uma série, sobre conversas privadas entre membros da força-tarefa da Lava Jato. Os textos revelam possível colaboração do então juiz Sérgio Moro com o Ministério Público Federal, a suposta intenção de membros do MPF em impedir entrevista do ex-presidente Lula para evitar benefícios eleitorais ao candidato Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial que elegeu Jair Bolsonaro e dúvidas do procurador Deltan Dallagnol com relação às denúncias oferecidas contra o ex-presidente Lula no caso do triplex.  
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