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Responsável por pagar prêmios e recolher dinheiro da empresa de rival de Arcanjo se entrega à GCCO

Da Redação - Wesley Santiago

Ronaldo Guilherme Lisboa dos Santos, apontado como responsável por recolher o dinheiro das apostas do ‘jogo do bicho’, na organização FMC Ello, que seria liderada por Frederico Muller Coutinho, delator da ‘Operação Sodoma’, se apresentou na sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), nesta terça-feira (11). Ele estava com mandado de prisão em aberto, desde a deflagração da ‘Operação Mantus’.

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O delegado titular da GCCO, Flavio Stringueta, confirmou ao Olhar Direto que o homem se entregou no fim desta manhã. Ronaldo é apontado como recolhedor do dinheiro da FMC Ello e também o responsável por pagar os prêmios.
 
Interceptações telefônicas feitas pela GCCO apontam a participação do homem no esquema do ‘jogo do bicho’. Em uma das conversas, os policiais detectaram uma promoção de uma televisão de 32 polegadas.

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) finalizou e encaminhou ao Ministério Público Estadual (MPMT), na sexta-feira (07), o inquérito de mais de mil páginas referente a ‘Operação Mantus’. João Arcanjo Ribeiro, o empresário Frederico Muller Coutinho e outras 31 pessoas foram indiciados acusados de integrar organizações criminosas investigadas em crimes de lavagem de dinheiro oriundo da contravenção penal do “jogo do bicho”.

Em pouco mais de um ano, os dois grupos criminosos movimentaram mais de R$ 20 milhões em contas bancárias. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues. A segunda é chefiada por Frederico Muller Coutinho. Eles estão presos em cumprimento de mandados de prisão preventiva.
 
Todos foram indiciados por crimes de organização criminosa, extorsão, extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro e contravenção penal do jogo do bicho.

Investigação
 
As investigações iniciaram em agosto de 2017, com  denúncia de um colaborador, indicando a existência do domínio do jogo do bicho por parte de  Frederico Muller Coutinho. Mas durante a apuração constatou-se que havia mais de uma organização, e que está se mantinha sob a liderança do ex-comendador e seu genro.
 
“A desarticulação dessas organizações representa a contenção de um acirramento que já estava acontecendo com sequestro e extorsões, relacionado ao jogo do bicho, que  não pára. A parte da lavagem de capitais foi mais complicada, pois necessita identificar de onde vem o recurso e sua destinação”, relatou o delegado Luiz Henrique Damasceno.
 
O delegado titular do GCCO, Flávio Henrique Stringueta, asseverou que mesmo que o inquérito seja concluído as investigações irão continuar. “As investigações continuarão para tentar encontrar mais bens e atacar a parte econômica das organizações criminosas”, disse.
 
As investigações foram comandadas pela Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), ambas unidades da Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil de Mato Grosso.
 
Apreensões
 
Ao todo, a operação Mantus apreendeu mais de R$ 300 mil, em espécie, dezenas de máquinas eletrônicas de aposta do jogo do bicho, documentos, joias, relógios, e 11 veículos, dos quais dois foram devolvidos e nove continham em poder da Justiça. São duas SW4, um Chrysler blindado, Fiat Toro, S10 2019, entre outros automóveis.
 
Foram ainda sequestrados a mando da Justiça, o hotel Colibri que fica na cidade de Tangará da Serra, o estacionamento Parking na Avenida do CPA, em Cuiabá, o imóvel da empresa Granito, todos de propriedade de João Arcanjo Ribeiro.
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